Motel de SP abre 'suíte da dor' inspirada no livro '50 Tons de Cinza'
O quarto onde o personagem Christian Grey, do livro “Cinquenta Tons de cinza”, realiza suas fantasias sadomasoquistas inspirou o empresário Robson Marinho, 41, a criar uma suíte especial no motel Classe A, em São Paulo (SP).
A “suíte da dor”, como é chamada, tem mobília e paredes vermelhas e é equipada com chicotes, chibatas, algemas, máscaras e um “X” de madeira na parede, onde é possível prender o companheiro ou a parceira.
“Em todo lugar que eu ia, tinha alguém lendo o livro. Tentei fazer um quarto o mais parecido possível para aproveitar essa febre”, diz.
Inaugurada em abril, a suíte ajudou a atrair pessoas casadas para o motel, segundo Marinho. “Pela faixa etária e sobrenome de alguns clientes, notamos um aumento de frequentadores que fogem ao padrão dos motéis, que são os namorados e amantes”, afirma o empresário.
Ele diz que, mesmo sendo um dos mais caros, o quarto é procurado diariamente por três casais, em média. Enquanto a "suíte da dor" custa R$ 265 pelo período de quatro horas, as mais baratas custam a partir de R$ 69 por duas horas.
Para adaptar o quarto, Marinho investiu R$ 35 mil. O valor inclui também a reforma da piscina, da banheira de hidromassagem e da sauna, anexas ao espaço.
Por mês, o motel recebe cerca de 2.500 casais em 46 suítes. O faturamento não foi divulgado. “O livro deve virar filme em breve. Pretendo fazer mais uma suíte igual para aproveitar o novo ‘boom’ na procura”, declara.
Motel instala iPads nos quartos
Já o motel Corpus, em São Vicente (65 km a sudoeste de São Paulo), aposta na tecnologia para atrair a clientela, segundo o diretor geral, Eribert Justo Junior, 45.
Dos 38 leitos do motel, 14 possuem um sistema automatizado de controle dos aparelhos eletrônicos. Por meio de um iPad, os clientes podem mudar o canal da TV, aumentar o volume do rádio, regular a temperatura do ar-condicionado e até fechar a cortina.
Os aparelhos também permitem acesso à internet.
“Isso dá mais conforto ao cliente. O software é simples de ser usado e é mais fácil do que ter quatro ou mais controles remotos no quarto”, diz. O preço pelo período de três horas varia de R$ 128 a R$ 210.
Para automatizar as suítes, Justo Junior investiu R$ 10 mil em cada uma. Esses leitos são responsáveis por atender 30% dos clientes. Por mês, o motel recebe de 2.000 a 3.000 casais. O faturamento não foi revelado.
Motel loca suíte para festas particulares
Para atender a um público mais descontraído há motéis que locam suítes para eventos particulares, como aniversários, confraternizações, despedidas de solteiro e chás de lingerie.
O motel Lush, na capital paulista, tem duas suítes para eventos, uma com 70 m² e outra com 120 m². Elas possuem piscina, hidromassagem, pista de dança, pole dance e teto solar, segundo o sócio Felipe Martinez, 29.
Em média, são realizados dois eventos por mês, que podem ou não ter conotação sexual. "As festas particulares representam 10% do nosso faturamento. Acreditamos que este é um mercado que tende a crescer", diz.
As suítes de eventos do motel Lush comportam de 20 a 40 pessoas. O preço médio é de R$ 80 por pessoa. O período é de seis horas.
Suítes temáticas chamam atenção, mas podem ter prazo de validade
As suítes temáticas ajudam os motéis a se diferenciarem, afirma o consultor do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa de São Paulo) Marcelo Sinelli.
No entanto, o especialista afirma que a moda pode ter prazo de validade. “No começo haverá um ‘boom’ na procura. Depois, tende a cair. Nessa hora, o empresário pode mudar o nome da suíte e desvinculá-la do livro.”
Para ele, adaptar um quarto aproveitando uma moda –como a do livro “Cinquenta Tons de cinza”– atrai um grande número de casais ao estabelecimento.
O consultor declara, ainda, que os motéis podem investir em descontos durante os dias da semana, refeições grátis e cartões de fidelidade para fazer os casais voltarem.
"Deve-se sempre dar um bom motivo para o cliente voltar e fazer daquele momento uma experiência diferente para ele.”
Mercado está em alta
De acordo com dados da ABMotéis (Associação Brasileira de Motéis), existem 5.000 motéis em atividade no Brasil. O setor movimentou R$ 4 bilhões, em 2012. A expectativa da entidade é que o faturamento cresça 20% este ano.
Segundo o diretor administrativo da entidade, Antônio Carlos Morilha, as empresas do setor faturam alto. Algumas chegam a faturar mais do que hotéis por trabalharem com períodos e não com diárias.
“Em um final de semana, um motel pode atender de três a quatro vezes mais clientes do que um hotel do mesmo porte”, diz.
No entanto, o investimento para abrir um motel é alto, de acordo com o diretor da ABMotéis. Um estabelecimento com 30 suítes custa a partir de R$ 1 milhão.
“É preciso pensar em cozinha e lavanderia próprias, decoração aconchegante, rapidez e limpeza impecável. Além disso, é um serviço que funciona 24 horas por dia, o que demanda mais turnos de funcionários”, declara.
Algumas cidades restringem a construção de novos motéis. Por isso, Morilha orienta os empreendedores a consultar a prefeitura.
Serviço:
Motel Classe A: rua Dianópolis, 801, Mooca, São Paulo (SP). Fone: (11) 2914-4437. Site: www.motelclassea.com.br
Motel Corpus: avenida Tupiniquins, 1.445, Japuí, São Vicente (SP). Fone: (13) 3567-9000. Site: www.corpusmotel.com.br
Motel Lush: avenida do Estado, 6.600, Ipiranga, São Paulo (SP). Fone (11) 2274-7433. Site: lushmotel.com.br
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