Focus: Mercado vê inflação mais alta em 2013 e crescimento menor
O mercado elevou pela quarta semana seguida sua projeção para os preços neste ano, ao mesmo tempo em que reduziu a perspectiva de crescimento e manteve a projeção da Selic -- taxa básica de juros -- em 7,25% até o final de 2013.
A deterioração das expectativas ocorre em um cenário de preocupação com a inflação neste ano, reforçado pelo Banco Central (BC) na semana passada através da ata do Copom (Comitê de Política Monetária).
De acordo com a pesquisa Focus do BC divulgada nesta segunda-feira (28), os analistas consultados agora estimam a alta do IPCA em 5,67% neste ano, ante 5,65% na projeção anterior. Para 2014, a projeção foi mantida em 5,50%.
Na semana passada, via ata do Copom, o BC piorou a perspectiva para inflação neste ano ao reforçar os riscos para os preços no curto prazo e sustentou que trabalha para a convergência à meta no momento adequado.
O tom do documento levantou críticas, com o mercado avaliando que o BC já não busca levar a inflação para o centro da meta neste ano --de 4,5% pelo IPCA--, uma vez que não indica mudança na condução da política monetária.
Selic estável
Em relação à expansão da atividade doméstica, o Focus mostrou nova redução na projeção, também pela quarta semana seguida. O crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano foi agora estimado em 3,10%, ante 3,19% na semana anterior. Para 2014 a perspectiva de uma leve aceleração melhorou para 3,65%, ante 3,60% vistos anteriormente.
Na última reunião, o Copom decidiu pela segunda vez seguida manter a Selic em sua mínima recorde de 7,25%, citando piora da inflação no curto prazo mas, ao mesmo tempo, com recuperação da atividade econômica mais lenta do que o esperado e cenário internacional ainda complexo.
Os analistas consultados no Focus repetiram a projeção de manutenção da Selic ao longo deste ano. Para 2014, também ficou inalterada a percepção de uma elevação da taxa básica de juros a 8,25%.
Mas, apesar de o BC reafirmar que a Selic será mantida por tempo "suficientemente prolongado", já começam a surgir expectativas de uma alta na taxa no final deste ano por conta da pressão inflacionária, inclusive com aumento das apostas no mercado futuro de juros.
O mercado também reduziu ligeiramente a previsão para o dólar para o fim deste ano a R$ 2,07, ante R$ 2,08.
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