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Cuidado com armadilhas que prometem sucesso rápido ao empreendedor

Marco Roza

Colunista do UOL

12/11/2014 06h00

Proliferam na internet diversas armadilhas que tentam (e muitas vezes conseguem) ludibriar a boa fé dos empreendedores de plantão. 

Nas mais óbvias, o golpe embutido é descaradamente fácil de perceber. Prometem almoço de graça. “Ganhe dinheiro sem fazer nada”, é o resumo das sedutoras tentativas de fisgar um ou outro empreendedor ou desempregado desesperado.

Quem cai nesses golpes está fora de qualquer possibilidade de ajuda, se é que esse alerta possa ajudar alguém. Porque quem despreza o princípio absoluto de que em qualquer atividade humana “não há almoço de graça” quer mesmo ser enganado enquanto finge que toma alguma iniciativa.

Mas existem, na mesma linha, outros golpes mais sutis. Os sites prometem transformá-lo, em alguns passos, por meio de alguns cursos por vídeo, num empreendedor de sucesso.

O exemplo, geralmente, vem do próprio apresentador da proposta. Sempre sedutor, sorridente, que se diz bem-sucedido. Seus ensinamentos vêm também com uma boa dose de autoritarismo, que julga permitido aos que se deram bem na vida. E a rede é lançada. Pela continuidade dos sites e pela atualização das propostas percebe-se que a “pescaria” tem dado certo.

Apesar de ser uma arte que se aprende nas boas escolas do ramo, com consultores sérios como o Sebrae, a FGV, a Fundação Dom Cabral, a PUC, dentre outras, empreender depende também do amadurecimento do DNA empreendedor que todos nós temos, latente, desde o nascimento.

Apoiar, portanto, essa sede de nos tornarmos plenamente humanos, quando desistimos do holerite e das ordens alheias, e focamos na recriação do próprio sustento e de alguns parceiros envolvidos com a gente na tarefa, é algo extremamente nobre.

Por  isso, a semente do empreendedorismo precisa ser cuidada com afeto, respeito, estímulos sinceros, críticas para corrigir rumos.  Ao caminhar por conta própria, o novo empreendedor reconhecerá os estímulos recebidos, mesmo ao se levantar dos inevitáveis tombos.

O que preocupa são as várias armadilhas que se organizam para arrancar dinheiro (que chamam de investimento) de empreendedores de primeira viagem.

O único alerta possível, que talvez faça sentido para quem está prestes a financiar os espertos de plantão, é que não existe almoço grátis nem pago pela metade.

E empreender é uma arte que depende do apoio certo, sempre humano, sempre com informações honestas, que ajuda a preparar o futuro empresário para as imensas dificuldades que enfrentará para manter sua organização aberta.