Produtores paulistas devem colher 400 toneladas de cambuci em 2014
O cambuci, fruto originário da mata atlântica, está sendo cultivado por pequenos produtores da região metropolitana de São Paulo. Com isso, vem sendo retomada a tradição de curtir o cambuci em cachaça e também sua utilização no preparo de pratos, sorvetes e geleias.
A Associação Holística de Produção Comunitária Ecológica --que estimula o plantio do cambuci e é uma das organizadores de um festival gastronômico que tem a fruta como tema-- estima que o número de produtores regulares de cambuci no Estado cresça 5% ao ano desde 2009.
Hoje, informa que São Paulo reúne 80 produtores, cuja colheita deve atingir 400 toneladas em 2014. A associação não tem estimativas sobre anos anteriores.
Segundo Nancy Soares de Carvalho, conselheira da Cooper Cambucy da Serra, que tem 21 cooperados, os produtores cultivam o cambuci como uma atividade secundária, em pequenas propriedades com no máximo 500 árvores.
A funcionária pública Maria Teresa Curvelo afirma que começou a produzir o cambuci em 2008, quando se uniu à cooperativa. Na época, tinha apenas uma árvore em sua casa, em Rio Grande da Serra (SP), mas plantou mais 12 desde então.
"No século 17, os tropeiros que passavam pela região já colocavam o cambuci na cachaça, e hoje ainda há botecos que mantêm um vidro de cachaça com cambuci curtido; as casas antigas têm sempre um pé de cambuci no quintal", diz Maria Teresa.
O cambucizeiro começa a produzir com cinco anos. Aos sete, a produtividade pode chegar a 200 kg por safra, que acontece de fevereiro a maio, com o pico da colheita em março. "Mesmo com 80 anos, a árvore continua produzindo", afirma Nancy.
A produção dos associados da Cooper Cambucy da Serra foi de quatro toneladas em 2013, volume 60% maior do que o de 2012 e 81% maior que o de 2011.
Os produtores vendem a fruta por R$ 2 o quilo para a cooperativa. A Cooper Cambucy, por sua vez, vende os frutos a restaurantes, bares e produtores de cachaça por R$ 10 o quilo; para o consumidor final, o quilo sai a R$ 15.
Com um investimento de R$ 70 mil desde 2006, a cooperativa também passou a produzir cachaça na qual é curtido o cambuci. Hoje, o volume produzido é de 12 mil litros por ano.
A cachaça vem de um produtor de Jarinu (SP) e fica em contato com o cambuci por 10 meses em tonéis de aço inox, onde pega o gosto da fruta. Por enquanto, o produto é vendido apenas em feiras artesanais por R$ 25 a garrafa de 500 ml.
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