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Nova armadilha solar de inseto pega mariposa que causou perda de R$ 1 bi

Priscila Tieppo

Do UOL, em São Paulo

11/04/2014 06h00

Um equipamento que funciona com energia solar promete ser a nova arma contra a Helicoverpa armigera, lagarta comilona que nesta safra causou prejuízo de R$ 1 bilhão em Mato Grosso.

A máquina atrai insetos sensíveis à luz, como as mariposas dessa espécie que virou praga em diversos Estados do país. Dos ovos colocados pelas mariposas, nascem as lagartas que têm atacado plantações de soja, milho e algodão, entre outras.

Chamada de armadilha solar autônoma, a máquina pode capturar até 3.000 insetos numa noite, de acordo com seu criador, o professor e pesquisador Denes Vidal, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, em Cruz das Almas.

“Ela funciona atraindo os insetos para lâmpadas de LED, que emitem raios infravermelho e ultravioleta. No caso da helicoverpa, atrai sua mariposa [a lagarta na fase adulta]”, afirma o professor.

Atraídos pela luz, os insetos se chocam contra uma placa de metal e caem numa peça em forma de cone, que tem em sua extremidade um saco telado ou de tecido, onde as mariposas ficam presas. Podem então ser eliminadas, utilizadas em estudos ou soltas.

Como a máquina funciona com energia solar e a bateria dura até um ano e meio, ela pode ficar direto no campo. Outra vantagem, segundo o pesquisador, é que o equipamento pode ser programado para ligar e desligar sozinho.

A armadilha pode ser equipada com câmera, e enviar as fotos ao computador ou celular do produtor, para que ele saiba a quantidade de insetos sobrevoando a lavoura. Assim, ele pode monitorar o momento mais adequado para aplicar inseticidas.

“Além de ser um eficiente método de controle ecológico, a armadilha pode ser usada ainda para o estudo e levantamento de populações de insetos”, diz Vidal.

O pesquisador afirma que cerca de 20 tipos de insetos já foram capturados nos testes que fez ao longo de dez anos de estudos até o lançamento da máquina, em fevereiro.

A máquina vem sendo fabricada em Cruz das Almas, e é comercializada pelo próprio pesquisador.

A armadilha simples custa R$ 6.000, e a com câmera, R$ 8.000. O professor recomenda instalar uma armadilha a cada 100 hectares (1 km²) de plantações.