Cinco regras para ser bom de papo
- Sou ruinzinho de conversa.
- Ruinzinho como?
- Ah, ninguém presta atenção no que eu falo.
- E o que você fala é interessante? Você ouviria alguém que fala como você?
- Sei lá. Acho que todo mundo conversa do mesmo jeito. Nunca pensei nisso.
- Então, vamos ver se você segue as cinco regras básicas da boa conversa.
- Ué, e desde quando conversa tem cinco regras básicas?
- Primeira. Você sabe ouvir?
- Ah, para com isso. Ouvir é só...ouvir. Às vezes não presto atenção, mas ouço.
- Pois é, ouvir não é só ficar olhando para o interlocutor com cara de coruja. É preciso dar sinais de que você acompanha a conversa. Acenar com a cabeça, com leves movimentos da sobrancelha, para mostrar surpresa, solidariedade, expectativa.
Além disso, use palavras e expressões de estímulo como, por exemplo, “é mesmo?”, “e aí?, “não acredito”. Cuidado também para não demonstrar que não vê a hora que o outro termine de falar para você dizer o que deseja.
- Entendi. Estou reprovado na primeira regra. E a segunda?
- Segunda. Você sabe contar histórias curtas e interessantes?
- Posso garantir com toda certeza: não.
- Comece a colecionar histórias curtas e interessantes. Faça um caderninho para poder se lembrar sempre. Toda vez que ouvir uma boa história, anote. E conte logo em seguida para alguém. Assim, além de aperfeiçoar a narrativa, será mais fácil guardar.
Fique antenado nos assuntos que nos rodeiam: música, literatura, arte, turismo, cinema, esportes. São temas que geralmente agradam. Atenção para não falar demais – gente prolixa é insuportável. Também não queira sair por aí dando aula, como se fosse um professor. Ninguém aguenta gente sabichona.
- Isso dá para fazer. E a terceira?
- Terceira. Você é espirituoso, bem-humorado?
- Às vezes. Tenho preguiça de fazer brincadeiras.
- Não precisa e nem deve bancar o bobo da corte. Mas uma conversa interessante deve ser regada com a leveza das tiradas espirituosas. Vale a pena treinar. Funciona principalmente a autogozação.
Algumas pessoas ficam sem graça e até chatas quando tentam brincar. Se depois de algumas experiências, perceber que este é o seu caso, é melhor não arriscar. Deixe as gracinhas de lado.
- Vou tentar. Acho que posso ser um pouco mais leve e bem-humorado.
- Quarta. Você sabe fazer perguntas?
- E desde quando pergunta tem jeito certo de fazer?
- É a segunda regra mais importante da boa conversa. Quem não sabe perguntar, não consegue manter conversas interessantes. Há dois tipos de perguntas: as fechadas e as abertas. Fazemos perguntas fechadas para iniciar uma conversa ou para mudar o rumo do assunto. Por exemplo, Quem? O Zé Roberto. Quando? No começo do ano. Onde? No restaurante vegetariano. Observe como as perguntas fechadas motivam a respostas rápidas e objetivas.
- E as perguntas abertas?
- As perguntas abertas instigam o interlocutor a falar mais. Por exemplo, Como? Por quê? De que maneira? Note que as perguntas abertas não permitem apenas respostas de sim ou não, de certo ou errado. Elas forçam a pessoa a elaborar mais o raciocínio.
- E a regra mais importante? Você disse que essa última era a segunda mais importante.
- Opa, criei expectativa em você. Falando nisso, eu não mencionei como uma das regras, mas criar expectativa é um recurso que você também pode acrescentar no pacote.
- Sim, você aguçou minha curiosidade, qual é a regra mais importante?
- Quinta. Tenha interesse verdadeiro pelas pessoas.
Por mais que você interprete, finja gostar ou se interessar, chega um momento em que a pessoa percebe que não está sendo autêntico. Descobre que tenta ser politicão. Aí a conversa boa acabou. Só vão falar com você se quiserem algum tipo de vantagem. Para se relacionar bem é preciso ter esse interesse genuíno, sem fingimentos.
- Tem razão. Seguir essas regras não parece ser tão difícil. Vou praticar.
SUPERDICAS DA SEMANA
- Demonstre que ouve com interesse |
- Aprenda a contar histórias curtas e interessantes |
- Desenvolva o lado espirituoso e bem-humorado |
- Faça perguntas fechadas ou abertas, dependendo da resposta que deseja |
- Tenha interesse verdadeiro pelas pessoas |
Livros de minha autoria que podem ajudar na reflexão desse tema: “Conquistar e influenciar para se dar bem com as pessoas”, Como falar corretamente e sem inibições”, “Superdicas para falar bem” e “As melhores decisões não seguem a maioria””, publicados pela Editora Saraiva. |
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