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Reinaldo Polito

Bombeiro tenente Aihara, de Brumadinho, dá aula de comunicação na tragédia

29/01/2019 16h07

Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros de MG, comportou-se com admirável competência em seus pronunciamentos

Talvez não tenham existido fatos que mereceram mais divulgação na imprensa que a tragédia de Brumadinho. Dia e noite o assunto foi comentado por jornais, revistas, emissoras de rádio e televisão, portais da internet e redes sociais. A cada busca realizada e vítima localizada, a notícia foi instantânea. Não houve informação importante que não tenha sido noticiada.

Houve comoção no país e no mundo. Dezenas de corpos foram localizados, e centenas de pessoas se encontram desaparecidas. As autoridades tentam descobrir os verdadeiros responsáveis pela tragédia. Dois engenheiros contratados pela Vale foram presos por serem suspeitos de não mostrarem a verdade nos laudos que emitiram sobre a segurança da barragem. Também foi decretada a prisão de três funcionários da Vale.

Em meio a essa avalanche de informações, um profissional se destacou de maneira muito positiva pela qualidade da sua comunicação: o tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais. Aihara se comportou com admirável competência em seus pronunciamentos. Não cometeu nenhuma falha e não recebeu nenhuma crítica.

Diante de uma situação em que os nervos estavam à flor da pele, um deslize, por menor que fosse, poderia ser suficiente para que a imagem da corporação que representa fosse atingida. Mais importante: em vários momentos precisou falar de improviso, ao responder às perguntas dos jornalistas.

Precisão e naturalidade

Sempre com o semblante tranquilo, com fala pausada, praticamente sem nenhum gesto e com impressionante precisão na construção das frases proferidas. Seria possível, com pouquíssimas alterações, reproduzir em texto escrito todas as informações que ele transmitiu oralmente. Cada frase e cada mensagem sempre com começo, meio e fim.

A importância dessa correção na maneira de se expressar é fundamental, especialmente em situações dramáticas, como essa vivida em Brumadinho. Uma palavra mal utilizada poderia produzir equívocos no entendimento dos jornalistas, responsáveis por retransmitir as informações para o país e o mundo.

Outro ponto que surpreendeu na sua comunicação foram a simplicidade e a naturalidade com que se comportou. Diante de mais de uma dezena de microfones, que poderiam intimidar até pessoas muito experientes em conceder entrevistas, falou com tranquilidade, sem demonstrar qualquer tipo de afetação.

Elo entre acontecimentos e noticiário

Frente a uma tragédia tão comovente, essas falas do tenente Aihara podem passar despercebidas para algumas pessoas, mas é preciso lembrar que ele foi o elo entre os acontecimentos e o noticiário. A maneira correta, segura e precisa como se apresentou em todos esses dias poderá servir de exemplo para quem precisa se comunicar em todas as circunstâncias.

Um profissional que tenha de se relacionar com a imprensa, com o público interno ou externo pode se espelhar nas atitudes desse porta-voz que, diante de tanta comoção, conseguiu conquistar a admiração e o respeito dos brasileiros. 

Superdicas da semana:

  • A comunicação simples e objetiva dá melhores resultados
  • Para evitar equívoco, é preciso completar sempre as informações
  • Qualquer que seja a mensagem, é preciso que tenha começo, meio e fim
  • O profissional que fala em público representa sempre a imagem da sua organização

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