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OPINIÃO

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Ação da nova Eletrobras, privatizada, sobe 36% no ano; é hora de investir?

Getty Images
Imagem: Getty Images

Colaboração para o UOL, em São Paulo

20/09/2022 09h00

Esta é parte da newsletter A Companhia, enviada hoje (20), que analisa se é o momento ou não de comprar ações da Eletrobras e traz os pontos positivos e negativos da empresa. Na newsletter completa, apenas para assinantes, veja perspectivas da empresa, para qual perfil de investidor é indicada, se ela está barata e quais os valores de compra e venda recomendados. Quer receber a edição completa no seu email na semana que vem? Clique aqui.

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O destaque da semana na newsletter A Companhia é a Eletrobras, selecionada por Ilan Arbetman, analista de research da Ativa Investimentos.

A gigante de energia elétrica foi privatizada recentemente, em junho deste ano, e o especialista ressalta que as mudanças estão apenas começando.

Segundo ele, a empresa vinha perdendo relevância no setor, ano após ano, apesar das boas diretrizes gerenciais adotadas desde 2016, sob o comando de Wilson Ferreira Júnior - que deixou a presidência em janeiro de 2021 e retornou no mês passado.

"Quis o destino que, findado o processo que ajudou a fundar as bases [para a venda do grupo], Wilson Ferreira Jr retornasse ao cargo de CEO da companhia para ajudá-la a atingir seu potencial e, assim, destravar o que nos parece uma das maiores assimetrias entre risco e retorno existentes hoje na Bolsa", diz o especialista.

A Eletrobras obteve lucro líquido de R$ 1,4 bilhão no segundo trimestre, volume 45% menor no comparativo anual.

Após queda de 2% em 2021, as ações ordinárias da empresa (ELET3) acumulam alta de 36,3% neste ano, até 15 de setembro, conforme informações do TradeMap, hub independente do mercado financeiro.

Saiba mais sobre a Eletrobras

Trata-se da maior companhia de energia elétrica da América Latina, com atuação nos segmentos de geração, transmissão e comercialização.

No fim de 2021, era responsável por 28% (50 GW) de toda capacidade instalada no país (181 GW) e possuía aproximadamente 74 mil quilômetros de linhas de transmissão, sendo 66,5 mil quilômetros de linhas corporativas do Sistema Eletrobras e o restante correspondente à participação do grupo em Sociedades de Propósito Específico (SPEs).

Por que as ações da Eletrobras são uma oportunidade para investir?

Arbetman afirma que, após a capitalização, a companhia poderá avançar em diversas questões, tais como: simplificação da estrutura societária; redução de custos e despesas; captura de oportunidades de investimentos (sobretudo no mercado de comercialização de energia); participação em leilões de geração e transmissão; e obtenção de ganhos tributários oriundos da maior eficiência operacional e financeira.

"Ainda que possamos ter um período úmido mais favorável e, assim, menores preços de energia nos próximos meses, a experiência de Wilson Ferreira Júnior será fator essencial para a companhia conseguir monetizar seu potencial, especialmente a partir da descotização [mudança do regime de comercialização de energia] de suas usinas", afirma o analista.

Pontos a favor

  • Revisão da estrutura societária: espera-se um rearranjo neste item, o que pode simplificar processos, facilitar o entendimento do mercado e eliminar custos desnecessários;
  • Melhora na eficiência: agora livre para escolher fornecedores, clientes e, aos poucos, praticar integralmente preços de mercado, a companhia poderá ampliar receitas e reduzir despesas operacionais;
  • Captura de oportunidades: efetivação da empresa no segmento de comercialização de energia traz boas perspectivas de novos negócios, para os quais a experiência do atual presidente é fundamental.

Pontos contra

  • Riscos ligados a ações judiciais e dívidas: a questão envolve o pagamento de empréstimos compulsórios e a inadimplência da Amazonas Energia, que deve cerca de R$ 7 bilhões à Eletrobras, sendo que apenas 60% está provisionado;
  • Participação em grandes usinas: as fatias detidas em Jirau, Belo Monte e Santo Antônio podem ser encaradas como uma amarra ao crescimento do grupo, dada a maior dificuldade de gerenciamento desses empreendimentos;
  • Risco hidrológico: com a descotização das usinas, a companhia terá que proteger ainda mais seu portfólio para o caso de eventos negativos, como as secas ocorridas em 2014 e 2021, por exemplo.

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