Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Open banking vem aí: 2022 deve trazer novidades no mundo das finanças
Minha primeira relação com bancos começou aos dois meses. Nessa época minha mãe foi ao único banco com agência no bairro e abriu uma conta poupança. A ideia era não só guardar dinheiro ali, mas já me inserir no mundo financeiro: afinal, um dia ter uma conta em uma grande instituição seria importante para mim.
Passaram-se três décadas e minha mãe vive em um mundo completamente diferente: não precisamos mais receber o salário por um grande banco, nem ir a uma agência para resolver problemas. Mesmo o crédito é contrato online.
Em 2022, a tecnologia bancária deve sofrer um novo revés. Vamos ouvir falar cada vez mais em open banking ou open finance, o que significa ter os dados financeiros mais padronizados e portáveis.
O que é?
Como o nome sugere, o open banking ou open finance, como muito banco tem chamado, é um sistema no qual os bancos compartilham dados financeiros dos clientes entre si, de maneira segura e sempre com a autorização do cliente.
Esse compartilhamento é feito em uma única plataforma, que centraliza todas as informações de forma segura.
Vamos supor que você tenha conta em dois bancos: um tradicional e um digital. O tradicional conhece a sua renda, pois por lá você recebe o salário. Lá, ele também sabe o quanto costuma sobrar depois de todos os gastos.
No banco digital, o conhecimento é sobre como você gasta, pois ali você tem um cartão de crédito ativo.
Como o banco digital não conhece você tão profundamente, pode ser difícil aumentar o limite de crédito. Com o open banking, barreiras como essas caem, pois você, como dono dos dados, pode escolher compartilhar as informações de renda e outras com a instituição que quiser, inclusive com o seu banco digital.
Todos os bancos são obrigados a guardar as informações num banco de dados único e o acesso é permitido se o cliente autorizar para uma finalidade específica.
Em outras palavras, toda instituição vai poder conhecer mais você, desde que com sua autorização.
Quais são as informações?
São quatro tipos de dados. O primeiro tipo são informações cadastrais, como nome, CPF/CNPJ, telefone, endereço e dados de sócios.
Tem também informações sobre renda, como comprovante salarial ou faturamento da empresa.
O terceiro tipo são informações sobre transações: perfil de consumo, capacidade de compra, movimentação bancária e demais dados que permitam ao banco conhecer os hábitos dos clientes. Em outras palavras, quanto e com o que você gasta.
Por fim informações sobre produtos e serviços. Aqui entra tudo o que você tem contratado com o seu banco (empréstimos pessoais, financiamentos, investimentos, seguros e assim por diante).
Open banking no Brasil
O open banking já rola em países como Austrália, Inglaterra e Alemanha e você deve estar se perguntando: chegou ao Brasil? Chegou, mas ainda engatinha, porque são quatro fases.
A primeira fase do sistema começou em fevereiro de 2021, com o compartilhamento de produtos e taxas disponíveis somente entre as instituições financeiras. Ou seja, nesse momento não existia a participação do cliente. Era só um trabalho de padronização de dados.
Foi só na segunda fase, que começou em agosto de 2021, que os clientes puderam ter a experiência do open banking, podendo compartilhar dados como informações cadastrais e crédito. Para dar um exemplo do nosso dia a dia, se você vai se cadastrar em um novo banco pode solicitar que ele puxe seus dados cadastrais para fazer a ficha, claro, se ambos já estiverem no sistema do open banking.
Na fase 3 entram no compartilhamento dados como investimentos, conta-salário e seguros.
Mas a conclusão mesmo do open banking vem com a fase quatro, que pode ocorrer em 2022. Aí entra a figura do iniciador de pagamento, provavelmente começando com o PIX. Por meio de uma instituição, você poderá solicitar o pagamento de um boleto usando o dinheiro que está em outro banco, por exemplo.
O dinheiro vai ficar cada vez mais rápido e virtual. No vídeo acima, contamos exemplos de aplicativos que surgiram no Reino Unido após a implementação do open banking, como um serviço de arredondar o valor das compras e investir automaticamente a diferença.
Você já ouviu falar em open banking? O que acha da tecnologia? Comente abaixo ou nas nossas redes sociais (Instagram e YouTube).
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