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Sumiço do radar, paraquedas: cinco fake news do choque de aeronaves nos EUA

Após um helicóptero militar Black Hawk do Exército dos EUA e um avião da American Airlines colidirem na noite desta quarta-feira (29), uma série de especulações sobre o acidente surgiram nas redes sociais.

Embora algumas possam até ter um fundo de plausibilidade, diversas delas não passam de informações erradas, beirando as fake news. Veja algumas delas e entenda por que elas não verdadeiras são ou apenas têm uma possibilidade remota de serem reais.

Paraquedas nas aeronaves?

Aviões como o Bombardier CRJ-700 não possuem paraquedas. Nem os helicópteros Black Hawk.

Por ordem prática, um avião desse tamanho teria de ter um paraquedas tão grande que seria maior que um campo de futebol, além do fato de que ele pesaria quase um terço do peso total da aeronave, inviabilizando sua utilização.

Ao mesmo tempo, o paraquedas não salvaria as aeronaves, pois ele seria danificado com o impacto, tornando sua utilização inútil.

Apenas algumas poucas aeronaves, e de tamanho bem menor. Já falamos de uma delas aqui.

Sumiço do radar?

Algumas plataformas online de rastreamento de aeronaves não mostravam o helicóptero do Exército dos EUA. Isso é normal, já que o sistema utilizado por esses sites não é obrigatório em aviões militares.

A aeronave tem de estar visível para o controle de tráfego aéreo, e não necessariamente para quem visita esses sites, que não podem ser usados como fonte 100% em tempo real.

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São sistemas diferentes de detecção das aeronaves, então, não haveria nenhum problema o helicóptero estar "invisível" nessas plataformas, desde que os controladores tivessem noção de sua posição, tanto que teriam avisado os militares sobre o avião da American Airlines na rota.

Trump culpa Obama e Biden

O presidente dos EUA, o republicano Donald Trump, culpou as gestões de seus antecessores Barack Obama e Joe Biden, que são democratas, pelo acidente ocorrido em Washigton. Ele ainda tentou relacionar políticas de diversidades com a tragédia.

Ocorre que desde que tomou posse em 20 de janeiro, Trump não realizou nenhuma movimentação significativa no setor e nem assinou nenhuma Executive Order (algo similar ao decreto no Brasil) relacionado ao controle de tráfego aéreo.

É fato que o presidente norte-americano congelou a contratação de controladores de tráfego aéreo, que são funcionários federais. Ele ainda disse, sem provas, que restabeleceu "os padrões de qualidade" para o controle de tráfego aéreo.

Sistema de alerta não funcionou?

Alguns aviões possuem o TCAS (Traffic Alert and Collision Avoidance System), que consiste em um sistema de alerta de tráfego para prevenir colisões aéreas. Ele fica emitindo e recebendo sinais de outras aeronaves constantemente.

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De maneira simplificada, quando detecta outro avião em sua rota, ele sugere ao piloto uma atitude a ser tomada para desviar e evitar a colisão.

Entretanto, em algumas aeronaves, quando o avião está em baixas altitudes, como no momento do pouso, esse sistema não seria eficiente, pois confundiria os aviões parados no aeroporto com possíveis tráfegos logo à frente.

Helicóptero era pilotado remotamente?

O Black Hawk do Exército dos EUA teria três pessoas a bordo. Informações apontam que ele estava a serviço de uma missão de treinamento.

Embora existam testes para um Black Hawk pilotado remotamente com capacidade para operar sem pessoas a bordo, não há evidências de que seria o caso.

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De toda maneira, apenas a investigação irá apontar as causas do acidente e indicar caminhos e recomendações que que esse tipo de acontecimento não ocorra novamente.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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