Dólar sobe a R$ 2,27 mesmo após BC vender moeda para conter alta
O dólar comercial operava em alta nesta quinta-feira (20) e chegou a ficar no nível de R$ 2,27 . Por volta das 15h40, a moeda subia 2,19%, para R$ 2,269, mesmo depois de uma atuação do Banco Central. Os investidores temem o fim da ajuda do governo dos EUA à economia.
As principais Bolsas de Valores do mundo tiveram forte queda. A Europa registrou os piores índices em 19 meses. As Bolsas da Ásia também sofreram.
Pouco antes das 10h, o BC realizou um leilão de venda de dólares, que movimentou US$ 2,986 bilhões. Mesmo assim, a cotação continuou em alta. O leilão equivale a uma venda de dólares no mercado futuro, para tentar baixar o preço já.
Operadores afirmam que intervenções do BC terão efeito limitado sobre o mercado de câmbio. Os investidores estão preocupados com a possibilidade de redução do estímulo econômico nos Estados Unidos.
Na véspera, o Banco Central dos Estados Unidos (Fed) indicou que pode começar a reduzir seus estímulos econômicos em breve. Todo mês, a instituição compra US$ 85 bilhões em títulos, o que garante alta circulação de dólares no mercado.
O estímulo do Fed injeta dólares no mercado, e a possibilidade de redução preocupa investidores. Com menos moeda em circulação, a tendência é que o preço fique mais alto.
Mantega disse ter 'bala na agulha' para o câmbio
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta quarta que o governo federal tem "muita bala na agulha" para evitar variações muito intensas no câmbio. "Muitas reservas, muitos dólares", completou.
Ao ser questionado sobre as ações do Fed (Federal Reserve, o BC americano) e o comportamento do câmbio brasileiro nos últimos dias, Mantega disse que o Banco Central e o Ministério da Fazenda estão atentos para conter as oscilações.
Leilões de dólares
O Brasil adota um regime de câmbio flutuante, o que quer dizer que, na teoria, o Banco Central não pode impor limites para a variação do dólar em relação ao real.
Porém, há instrumentos que podem ser usados para controlar oscilações muito fortes. Um deles é o leilão de compra ou venda de dólares no futuro, chamados de swaps.
Quando o dólar se valoriza muito, o BC pode ofertar contratos equivalentes à venda de dólares no futuro; assim, mais moeda estrangeira passa a circular no mercado, e a tendência é que o preço do dólar recue.
(Com Reuters)
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