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Dólar tem maior alta desde julho e passa de R$ 2,26; eleições preocupam

Do UOL, em São Paulo

08/09/2014 17h12Atualizada em 08/09/2014 17h13

dólar comercial fechou em alta de 1,16%, negociado a R$ 2,266 na venda nesta segunda-feira (8), por causa da incerteza dos investidores em relação ao cenário eleitoral.

É a maior alta percentual diária desde 31 de julho, quando a moeda tinha subido 1,21%. É também o maior valor de fechamento desde 25 de agosto, quando o dólar valia R$ 2,291.

Cenário eleitoral

A alta do dólar foi impulsionada por incertezas sobre as próximas pesquisas eleitorais.

De acordo com a agência de notícias Reuters, investidores temem o impacto eleitoral de notícias sobre um suposto esquema de pagamentos de comissão a diversos parlamentares em contratos da estatal Petrobras (PETR4).

Segundo a Reuters, alguns investidores temem que as notícias custem votos à candidata Marina Silva (PSB), vista pelo mercado como uma alternativa à presidente Dilma Rousseff (PT), após o nome do falecido candidato do PSB, Eduardo Campos, ter sido citado no escândalo.

"O principal risco é de que Marina tenha atingido o limite (de crescimento nas intenções de voto) e agora o mercado começa a se preocupar que Dilma pode se recuperar," afirmou um estrategista à agência.

Embora vários parlamentares ligados a Dilma também tenham sido citados no escândalo, analistas acreditam que a base de votos da presidente, formada por eleitores que se beneficiam de seus programas sociais, deve sofrer menor impacto.

A partir de terça-feira, será divulgada pesquisa eleitoral do Datafolha.

Rolagem de contratos de dólar

Além disso, mexeu com o dólar o fato de o Banco Central ter reduzido o ritmo de rolagem dos contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem em 1º de outubro.

Foram vendidos 6.000 swaps para 3 de agosto de 2015. O BC também ofertou swaps para 1º de outubro, mas não vendeu nenhum. Até o mês passado, o BC vinha ofertando 10 mil contratos em leilão de rolagem.

Com o leilão de hoje, o BC rolou US$ 296,5 milhões, ou cerca de 4,4% do lote total para o próximo mês, que corresponde a US$ 6,677 bilhões. Se mantiver essa oferta diária até o último dia útil do mês e vender integralmente a oferta, o BC rolará cerca de 76% do lote total.

Do lote que venceu no início deste mês, o BC rolou cerca de 88%. 

O BC também manteve seu programa de intervenções diárias, com as novas regras anunciadas em junho. 

Foram vendidos 4.000 novos contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda futura de dólares): 3.000 com vencimento em 1º de junho, e 1.000 1º de setembro de 2015. 

(Com Reuters)

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