Dólar sobe 1,65% e fecha novembro em alta, a R$ 3,887, maior valor em 1 mês
O dólar comercial fechou esta segunda-feira (30) com alta de 1,65%, a R$ 3,887 na venda. É o maior valor de fechamento desde 28 de outubro, quando o dólar havia fechado a R$ 3,92.
Com isso, o dólar fecha o mês de novembro com alta de 0,61%.
Na semana passada, a moeda norte-americana havia fechado com valorização acumulada de 3,42%.
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Crise política no Brasil
A alta do dólar foi influenciada por preocupações com o cenário político brasileiro.
"Esse é o novo normal: volatilidade e risco alto. Estamos vivendo um período muito conturbado e toda faísca vira fogo", disse o operador da corretora SLW João Paulo de Gracia Correa à agência de notícias Reuters.
No fim de semana, o banqueiro André Esteves renunciou a todos os seus cargos no BTG Pactual após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir mantê-lo preso por tempo indeterminado. Ele é suspeito de atrapalhar a investigação da operação Lava Jato, que apura um escândalo bilionário de corrupção envolvendo a Petrobras.
A preocupação é de que mais denúncias possam surgir no campo político ou que o próprio BTG seja muito afetado, o que poderia gerar consequências negativas para o mercado. Novas denúncias contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também se somavam ao quadro de incertezas.
"A volatilidade é a regra, não dá para ter grandes certezas", disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano à Reuters.
Investidores também adotavam cautela antes da votação da meta para as contas deste ano do governo, marcada para terça-feira no Congresso Nacional.
Atuações do BC
O dólar fechou em alta mesmo após atuações do Banco Central. O BC fez nesta tarde leilão de venda de até US$ 2,75 bilhões com compromisso de recompra, para adiar o vencimento dos contratos que vencem em dezembro.
O BC dará início na terça-feira à rolagem dos swaps cambiais (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem em janeiro, sinalizando que deve repor integralmente os contratos. Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.
"O BC adotou a atitude correta. Ele quer evitar que o mercado engrene em um círculo vicioso de pessimismo como aquele que vimos há alguns meses", disse o operador de um banco internacional à Reuters, referindo-se à escalada da moeda norte-americana em agosto e setembro, que levou o BC e o Tesouro Nacional a atuarem de forma conjunta no mercado.
(Com Reuters)
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