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Dólar cai 2%, a R$ 3,582, menor valor desde agosto; é a 4ª semana de queda

Do UOL, em São Paulo

18/03/2016 17h12Atualizada em 18/03/2016 17h12

dólar comercial emendou a terceira queda seguida e fechou esta sexta-feira (18) em baixa de 1,96%, a R$ 3,582 na venda. É o menor valor de fechamento desde 27 de agosto de 2015, quando a moeda norte-americana havia fechado a R$ 3,553.

Na semana, a moeda teve desvalorização de 0,26% --foi a quarta semana de queda. Com isso, o dólar acumula baixa de 10,54% no mês e de 9,28% no ano.

Na véspera, a moeda havia recuado 2,39%, na maior queda percentual diária desde 3 de novembro de 2015.

Analistas consultados pelo UOL afirmam que não há como saber qual a tendência do dólar, se de queda ou de alta, já que isso depende atualmente da política. Para quem precisa da moeda, a recomendação é comprar um pouco em cada dia, para tentar fazer um preço médio. 

Lula na Casa Civil

A sessão de hoje foi novamente influenciada pelo cenário político nacional.

Na véspera, uma liminar concedida pela Justiça Federal do Distrito Federal impediu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de assumir o cargo de ministro-chefe da Casa Civil, pouco depois da cerimônia de posse.

Nesta tarde, no entanto, o TRF (Tribunal Regional Federal) da 2ª Região derrubou a liminar que impedia Lula de assumir o cargo.

Crise política

Apesar da notícia positiva para o governo, investidores continuam apostando na possibilidade de impeachment da presidente Dilma.

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), abriu pessoalmente uma sessão no plenário da Casa, pela manhã, para acelerar o processo de análise do pedido de impeachment. Com isso, o prazo para a presidente Dilma apresentar sua defesa, que é de dez sessões plenárias, já começa a valer.

Também houve declarações do ex-ministro Moreira Franco, um dos dirigentes do PMDB mais próximos do vice-presidente Michel Temer, de que o partido deve aprovar rompimento com o governo na próxima reunião do diretório nacional do partido, marcada para o dia 29.

"O mercado continua na toada de que o que é ruim para Dilma é bom para o mercado", disse o operador da corretora B&T Marcos Trabbold à agência de notícias Reuters.

Investidores têm reagido de acordo com o desenrolar da crise política. Para alguns, a troca de governo poderia resultar em maiores chances de recuperação da economia e o fim da crise política. Outros, porém, acreditam que o cenário de incertezas continuaria atrapalhando o reequilíbrio econômico, mesmo com a saída da presidente.

BC diminui intervenção

Como anunciado ontem, o Banco Central reduziu sua intervenção no mercado de câmbio. Nesta sessão, o BC vendeu apenas 3.600 contratos de swap cambial (equivalente à venda futura de dólares). Até então, o BC vinha ofertando 9.600 contratos diariamente.

Com a redução na venda de swaps, o BC deve vender, até o fim do mês, perto de 75% do lote que vence em abril, equivalente a US$ 10,092 bilhões. Até o momento, o BC já rolou US$$ 6,177 bilhões, ou cerca de 61% do lote total.