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Dólar chega a encostar em R$ 3,65, mas vira e fecha em queda, a R$ 3,601

Do UOL, em São Paulo

22/03/2016 17h12Atualizada em 22/03/2016 17h12

Após operar em alta e chegar a encostar em R$ 3,65 pela manhã, o dólar comercial mudou de sentido à tarde e fechou esta terça-feira (22) em queda de 0,26%, a R$ 3,601 na venda. 

Na véspera, o dólar havia subido 0,8%. A moeda norte-americana acumula queda de 10,06% no mês e de 8,79% no ano.

Atuação do BC

O dólar passou a cair após o Banco Central intervir no mercado com a venda de contratos de swap cambial reverso, que equivale à compra futura de dólares, pelo segundo dia consecutivo.

Operadores entenderam a manobra como sinal de que o BC reconhece que a tendência da moeda norte-americana é de queda e que pretende apenas suavizar esse movimento, e não estancá-lo.

O BC vendeu nesta manhã 10 mil contratos de um total de até 14,5 mil contratos, oferta que equivalia ao número de contratos não vendidos no leilão feito na véspera. Os contratos colocados neste pregão têm vencimento em 1º de julho de 2016, assim como na operação anterior, mas a data de início foi adiantada para 23 de março. Ontem, a data era 1º de abril.

Desde a última sexta-feira, o BC reduziu sua intervenção por meio da oferta de contratos de "swaps" cambiais tradicionais (equivalente à venda futura de dólares). A decisão levou em conta a desvalorização do dólar ao longo do mês de março e a alta mais lenta dos juros nos EUA, anunciada na semana passada.

Crise política

Investidores continuavam atentos ao cenário político brasileiro.

Nesta tarde, a ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Rosa Weber negou o pedido da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que continua impedido de assumir como ministro da Casa Civil, e devolveu os processos contra Lula à Justiça Federal do Paraná. Ainda cabe recurso.

A decisão de Rosa Weber foi a segunda contrária ao ex-presidente. Mais cedo, o ministro Luiz Fux também negou outro pedido, movido pela AGU (Advocacia Geral da União).

Investidores têm reagido de acordo com o desenrolar da crise política. Para alguns, a troca de governo poderia resultar em maiores chances de recuperação da economia e o fim da crise política. Outros, porém, acreditam que o cenário de incertezas continuaria atrapalhando o reequilíbrio econômico, mesmo com a saída da presidente.