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Dólar cai 0,39% e fecha a R$ 3,467, com cenário político e juros nos EUA

Do UOL, em São Paulo

15/06/2016 17h11

Em dia de instabilidade, o dólar comercial fechou esta quarta-feira (15) em queda de 0,39%, a R$ 3,467 na venda. Na véspera, a moeda norte-americana havia caído 0,19%.

Mesmo com a queda do dia, o dólar acumula valorização de 1,03% na semana. No mês, têm queda de 4,04% e, no ano, baixa de 12,2%. 

Cenário nacional

O dólar foi influenciado pela divulgação de delação premiada citando o presidente interino, Michel Temer.

O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado afirmou, em delação premiada, que Temer teria pedido recursos ilícitos para campanha de Grabriel Chalita (PMDB) à Prefeitura de São Paulo. Segundo a Folha, Temer e Chalita negam as informações. 

"O mercado viu a manchete e comprou com tudo, com medo de o caos político voltar. Quando viu que boa parte da notícia já era conhecida, teve que dar alguns passos para trás", afirmou o operador de um importante banco nacional à agência de notícias Reuters.

Por outro lado, o plano do governo de colocar prazo de 20 anos para o programa que limita o aumento dos gastos públicos, maior do que o sugerido por notícias recentes, foi recebido com otimismo. 

O plano determina que, por esse período, o crescimento anual dos gastos públicos seja limitado à inflação do ano anterior, com possível revisão após dez anos.

"(O limite do crescimento do gasto) é uma medida boa, melhor do que parecia. Agora é preciso ver como o Congresso vai lidar com isso", disse o operador da corretora Renascença Thiago Castellan Castro à Reuters.

Contexto internacional

No mercado externo, investidores repercutiam a decisão do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) de manter a taxa de juros entre 0,25% e 0,5%. Os analistas já esperavam por isso.

O Fed, no entanto, passou a projetar crescimento econômico mais baixo do que na projeção anterior. Além disso, indicou que vai ser menos agressivo ao elevar os juros após o fim deste ano.

Juros mais altos nos EUA poderiam atrair para lá recursos atualmente investidos em países onde as taxas de juros são maiores, como é o caso do Brasil.

Por isso, um adiamento da alta dos juros nos EUA tende a favorecer negócios de países emergentes, que oferecem rendimentos mais elevados.

(Com Reuters)