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Dólar sobe 1%, maior alta em 3 semanas, e fecha a R$ 3,895; Bolsa cai 1,42%

Do UOL, em São Paulo

05/06/2019 17h18Atualizada em 05/06/2019 17h50

O dólar comercial terminou o dia em alta de 1%, cotado a R$ 3,895 na venda, após três quedas seguidas. É a maior alta diária em quase três semanas, desde 17 de maio, quando a moeda ganhou 1,62%.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou em queda de 1,42%, a 95.998,75 pontos. Foi o maior recuo também em quase três semanas, desde 16 de maio, quando o índice perdeu 1,75%. É o menor nível da Bolsa em mais de uma semana, desde 27 de maio (94.864,25 pontos).

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para turistas, o valor sempre é maior.

Teto dos gastos em jogo

A moeda norte-americana operava em alta ao longo do dia, e passou a subir mais no final da tarde, após notícias de que o governo estaria estudando formas de gastar mais que o limite definido pela lei do teto de gastos públicos.

No final da tarde, entretanto, o Ministério da Economia emitiu um comunicado negando que o governo planeje mudar a Lei do Teto. "O Ministério da Economia afirma que não encaminhará qualquer mudança na Lei do Teto dos Gastos para excluir investimentos do limite de despesas", afirma a nota. "O Ministério reitera a importância do controle dos gastos públicos para que o país volte a ter equilíbrio nas contas públicas."

O teto congela os gastos por 20 anos, permitindo que eles sejam corrigidos apenas pela inflação. A lei é vista por integrantes do mercado financeiro como essencial para que a dívida pública do país seja controlada. Por outro lado, é alvo de críticas por dificultar a expansão de investimentos, por exemplo.

Agenda de votações

Os investidores acompanharam também a agenda do Congresso Nacional.

Pela manhã, a Comissão Mista de Orçamento suspendeu a reunião que deveria discutir a liberação de R$ 248,9 bilhões de reais em créditos extras para que o governo possa pagar suas despesas. O governo pode ficar paralisado se não conseguir a liberação.

No início da tarde, a Câmara dos Deputados aprovou a PEC do Orçamento Impositivo, que, na prática engessa o poder do Executivo sobre o Orçamento.

Investidores também acompanham votação do STF (Supremo Tribunal Federal) que pode dificultar as privatizações no país. Os ministros da Corte decidem se a venda de empresas públicas deverá passar antes por aprovação do Parlamento. A sessão ainda não tinha terminado quando o mercado fechou.

Juros baixos nos EUA

No exterior, afetam o mercado as expectativas crescentes de que o Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano) corte os juros do país em breve.

Juros mais baixos são uma maneira de estimular o consumo. Por outro lado, uma taxa mais baixa nos EUA significa também retornos menores de aplicações no país, o que tende a estimular mais investimentos em outros destinos, como o Brasil.

Ontem, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que a disputa comercial com a China pode afetar a economia do país e abriu margem para a interpretação de que o banco pode baixar os juros.

Dados mostrando que o setor privado norte-americano registrou a menor criação de empregos em maio desde 2010 também fortaleceram as apostas na redução dos juros nos EUA.

(Com Reuters)

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