BC dos EUA reduz taxa de juros pela primeira vez desde a crise de 2008
O Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) cortou a taxa de juros pela primeira vez em 11 anos, desde a crise financeira de 2008. O corte foi de 0,25 ponto percentual, levando as taxas à faixa de 2% a 2,25%. A redução já era esperada por analistas do mercado.
Para embasar o corte, o Fed citou preocupações sobre a economia global e a inflação fraca nos EUA. O banco sinalizou disposição para reduzir os juros ainda mais caso seja necessário.
Em um comunicado ao fim de sua reunião de dois dias, o Fed disse que decidiu cortar os juros "em face das implicações de desdobramentos globais para a perspectiva econômica, bem como pressões inflacionárias fracas."
O Fed disse que continuará a monitorar como as informações que forem chegando afetarão a economia, acrescentando que "agirá conforme apropriado para sustentar" a expansão econômica recorde nos Estados Unidos.
"É inteligente da parte deles ir em frente e se precaver aqui. É melhor do que nada", disse Brett Ewing, estrategista-chefe de mercados da First Franklin Financial Services à agência de notícias Reuters.
A decisão não foi unânime, com os presidentes do Fed de Boston, Eric Rosengren, e de Kansas City, Esther George, defendendo a manutenção da taxa de juros.
Ambos levantaram dúvidas sobre um corte de juros diante da atual expansão, de uma taxa de desemprego que está perto da mínima de 50 anos e de gastos robustos das famílias.
Por outro lado, o presidente norte-americano, Donald Trump, deve ficar decepcionado que o Fed não entregou o grande corte de juros que ele havia exigido. Trump tem repetidamente criticado o banco central e o seu presidente, Jerome Powell, por não fazerem o bastante para ajudar os esforços de seu governo para impulsionar o crescimento econômico.
Nas últimas semanas, Powell e outras autoridades do Fed optaram por ficar no meio-termo, sinalizando riscos como a contínua incerteza no front comercial global, inflação baixa e um enfraquecimento da economia global, mas repetindo a visão de que os EUA estão fundamentalmente em um bom lugar.
O Fed disse em seu comunicado que continua a ver o mercado de trabalho como "forte" e acrescentou que os gastos da família "ganharam ritmo." Mas a autoridade notou que o gasto empresarial estava morno.
O Fed disse que o corte de juros deve ajudar a inflação a voltar à meta de 2%, mas que incertezas sobre esta perspectiva permanecem. A expansão sustentada da atividade econômica e um forte mercado de trabalho também são os desfechos mais prováveis, disse o Fed.
Destacando sua decisão de afrouxar a política monetária de forma geral, o Fed também disse que irá parar de enxugar sua carteira de títulos a partir de 1º de agosto, dois meses antes do previsto.
(Com Reuters)
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