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FGTS: Especialistas recomendam sacar dinheiro, pagar dívidas e investir

Vinicius Pereira

Colaboração para o UOL, em São Paulo

24/07/2019 18h03

O governo Jair Bolsonaro anunciou hoje a liberação de saques de R$ 500 por conta do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) a partir de setembro. A medida vale tanto para contas ativas (correspondentes ao emprego atual) quanto para contas inativas (correspondentes a empregos antigos). Trabalhadores também poderão optar por sacar uma parcela do fundo todos anos a partir de 2020, em uma nova modalidade, chamada de "saque aniversário".

Especialistas consultados pelo UOL recomendam que os trabalhadores saquem o dinheiro assim que ele for liberado.

Tem que resgatar assim que possível. O fundo não rende bem e, historicamente, perde até para a inflação
Virgínia Prestes, assessora de investimentos


O rendimento do FGTS é de cerca de 3% ao ano, mais o lucro anual do fundo. No ano passado, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial, ficou em 3,75%. Na prática, portanto, o dinheiro depositado no fundo passou a valer menos, considerando somente o rendimento.

Prioridade deve ser pagar dívidas

Após sacar o dinheiro, a prioridade deve ser pagar dívidas, disse Marcelo D'Agosto, economista especializado em administração de investimentos.

"Se você tem dívida, pague logo. Veja qual é o montante total e tente negociar um desconto com o banco para o pagamento da dívida à vista", disse.

Reserva de emergência

Caso o trabalhador não tenha dívidas, a recomendação é usar os recursos para criar ou engordar a reserva de emergência, importante "colchão" para gastos imprevistos.

O ideal é que esse dinheiro seja aplicado em um investimento que tenha liquidez diária, ou seja, que permita saque a qualquer momento.

Onde colocar o dinheiro?

Diversos investimentos têm rendimento maior do que o obtido com o FGTS, segundo os especialistas. Eles recomendam aplicar os recursos em produtos de renda fixa como Tesouro Direto, CDB, LCI e LCA, que são de baixo risco.

Para quem deseja correr um pouco mais de risco, fundos de investimento, como de ações e multimercados, também podem ser considerados.

"Há títulos do Tesouro prefixados, que são uma renda fixa um pouco menos conservadora. Você pode ir também para fundos multimercados e renda variável", disse Virgínia. A Bolsa já acumula alta de 18% em 2019 e, segundo ela, as perspectivas são positivas para os próximos anos.

O que é o FGTS, como funciona e quem pode sacar?

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