Ao investir em renda fixa, o que dá mais dinheiro: pré ou pós-fixado?
Você quer investir em um produto de renda fixa, mas está em dúvida entre prefixado e pós-fixado? Qual dos dois é melhor? Entenda as diferenças entre essas formas de remuneração e saiba em quais situações cada uma é mais adequada.
Renda fixa: duas formas de remuneração
Os investimentos de renda fixa, como fundos, CDBs, LCAs, LCIs e títulos do Tesouro Direto, podem ser divididos em duas grandes famílias em função do tipo de rendimento que oferecem: os prefixados e os pós-fixados.
Prefixado: você sabe hoje quanto vai render
Em termos gerais, ao investir em um produto prefixado, você já sabe, na hora da aplicação, qual será o rendimento no vencimento do título.
Por exemplo, se um CDB paga uma taxa prefixada de 10% ao ano, e você investe R$ 1.000 pelo prazo de um ano, no vencimento você receberá de volta R$ 1.100.
Pós-fixado: rendimento só é conhecido no vencimento
O rendimento de um produto pós-fixado está atrelado a um indexador, ou seja, a um índice de correção. O indexador mais usado é o CDI (Certificado de Depósito Interbancário).
A taxa do CDI --ou simplesmente taxa DI-- é muito próxima à da Selic, a taxa básica de juros, que está em 6,5% ao ano. Você pode conferir o valor da taxa DI no site da Bolsa de Valores (B3) ou em UOL Cotações. Hoje, ela vale 6,4% ao ano.
Entretanto, o CDI não é fixo. Ele pode variar ao longo do tempo, em função principalmente do comportamento da taxa Selic. Se os juros sobem, o CDI também sobe. E vice-versa.
Por exemplo, se um CDB paga uma taxa de 120% do CDI e vence daqui a um ano, essa taxa equivale hoje a 7,68% ao ano. Se daqui a seis meses o CDI subir para 6,9% ao ano, esse título passará a render 8,28% ao ano daquele momento em diante.
Por essa razão, o rendimento de uma aplicação pós-fixada só é conhecido no momento do resgate.
Como o rendimento varia, se o investimento é de renda fixa?
"Essa é uma dúvida comum dos investidores iniciantes. Para respondê-la, é preciso entender a diferença entre rentabilidade e rendimento. A rentabilidade é fixa, ou seja, você sabe na hora de investir qual será a taxa contratada, que pode ser pré ou pós", disse Bernardo Pascowitch, fundador do buscador de investimentos Yubb.
"No prefixado, a rentabilidade e o rendimento são iguais. Se um CDB rende 10% ao ano, você consegue calcular exatamente quanto vai render. No pós-fixado, a rentabilidade é fixa, mas o rendimento não. Um CDB rende, por exemplo, 100% do CDI. Essa é a rentabilidade, ela não muda. Mas o rendimento vai depender do comportamento do CDI ao longo do tempo", afirmou.
Então, qual é melhor? Pré ou pós?
Depende. Para bater o martelo entre um ou outro tipo de remuneração, você deve levar em conta o cenário econômico e as perspectivas para os juros no país.
Se a taxa Selic ficar estável ou cair nos próximos meses, os investimentos prefixados oferecerão um ganho superior ao das aplicações pós-fixadas no curto prazo. Mas se houver algum evento inesperado, e a inflação disparar, forçando o Banco Central a subir a taxa Selic, os investimentos pós-fixados terão desempenho melhor que os prefixados.
"É preciso ficar atento à tendência dos juros no futuro. Para isso, o investidor deve acompanhar as análises sobre inflação, sobre o ritmo de crescimento da economia, e olhar o cenário externo e os possíveis efeitos de tensões sobre o Brasil, como a guerra comercial entre China e EUA", afirmou Pascowitch.
Vai sacar antes do vencimento? Prefira pós
Outro detalhe para ficar atento é o prazo do investimento. Se você pretende resgatá-lo somente no vencimento, tanto faz escolher entre pré ou pós. A rentabilidade informada na hora da compra está garantida nos dois tipos.
Se você não tem certeza se vai manter o dinheiro aplicado até o prazo final, Pascowitch recomenda optar por papéis pós-fixados. "No pós, o rendimento pode ser um pouco menor do que no pré, mas não há risco de perder dinheiro em caso de resgate antecipado."
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