Dólar fecha acima de R$ 5,40, novo recorde nominal; Bolsa tem alta de 2,17%
O dólar comercial fechou em alta de 1,89%, vendido a R$ 5,409. Com o resultado, a moeda bateu mais um recorde nominal (sem considerar a inflação) de fechamento desde a criação do Plano Real.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou em alta de 2,17%, a 80.687,15 pontos, alcançando o maior nível em mais de um mês, desde 13 de março, quando fechou a 82.677,91.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Preço do petróleo em alta após tombo
Na segunda-feira, o contrato de maio do petróleo dos Estados Unidos foi vendido a preços negativos, ou seja, os investidores estavam pagando para não terem que receber os barris. O mercado está inundado por excesso de petróleo, já que empresas pararam sua atividade e consumidores ficaram em casa para tentar frear a disseminação da pandemia de coronavírus.
"Essa queda bastante violenta do preço do barril mostra que o nível de atividade global está muito pior do que o inicialmente pensado", disse André Perfeito, economista-chefe da corretora Necton, em live no Youtube.
Expectativas de corte de juros
No cenário interno, analistas destacavam as expectativas de corte na taxa básica de juros, a Selic, após o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, dizer na segunda-feira que o cenário analisado pelo Copom (Comitê de Política Monetária) em sua última reunião mudou.
"O que falamos é que entendemos que as condições que tínhamos no Copom mudaram muito de lá para cá, inclusive as expectativas de inflação", disse Campos Neto.
Na ocasião da última reunião, o Copom cortou a Selic em 0,5 ponto percentual, para 3,75% ao ano, e avaliou que tanto uma redução maior nos juros quanto a afrouxamentos monetários adicionais poderiam se tornar "contraproducentes".
O corte da taxa básica de juros a níveis mínimos recordes tem contribuído para a valorização do dólar, porque torna o Brasil menos atraente para o investidor estrangeiro. Esse contexto é ainda agravado pela pandemia e conflitos políticos recentes entre Executivo e Legislativo.
O Banco Central realizou hoje leilões de swap tradicional de 10 mil contratos com vencimento em setembro de 2020 e janeiro de 2021.
Recorde do dólar não considera inflação
O recorde do dólar alcançado hoje considera o valor nominal, ou seja, sem descontar os efeitos da inflação, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.
Levando em conta a inflação nos EUA e no Brasil, o pico do dólar pós-Plano Real aconteceu no fim do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 22 de outubro de 2002. O valor nominal na época foi de R$ 3,952, mas o valor atualizado ultrapassaria os R$ 7.
Fazer esta correção é importante porque, ao longo do tempo, a inflação altera o poder de compra das moedas. O que se podia comprar com US$ 1 ou R$ 1 em 2002 não é o mesmo que se pode comprar hoje com os mesmos valores.
* Com Reuters
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