Após duas altas, Bolsa cai 0,28%; dólar sobe pelo 3º dia seguido
Em terceiro dia de alta, o dólar comercial subiu 0,48% a R$ 5,625 na venda refletindo o clima global de aversão ao risco com o aumento de casos de covid-19 na Europa e preocupações de retomada econômica nos Estados Unidos.
O Ibovespa, depois de duas altas seguidas, fechou o dia em queda de 0,28%, aos 99.054,06 pontos. Desde o início do pregão, o tom negativo prevalecia na Bolsa por causa do cenário exterior, mas a alta das ações da JBS e das siderúrgicas CSN e Usiminas ajudaram a atenuar a influência.
Mesmo com a queda, o principal índice da Bolsa brasileira encerrou o pregão acima dos 99 mil pontos.
A agenda brasileira também influenciou o resultado. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), cresceu 1,06% em agosto na comparação com julho, mas ficou abaixo das expectativas, de alta de 1,60%.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Exterior
Notícias de lockdowns em grandes economias europeias devido a uma segunda onda da covid-19 direcionavam os mercados mais amplos, afetando o apetite por ativos arriscados em meio a temores sobre o impacto econômico das medidas de combate à pandemia.
"Hoje não tem muito segredo: o real acompanha as principais moedas", disse à Reuters Daniel Herrera, analista da Toro Investimentos. "Parece prevalecer um clima mais negativo, principalmente na Europa, com os casos de covid subindo muito rápido."
Além disso, disse Herrera, a notícia de que o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steve Mnuchin, disse ser difícil chegar a um acordo com o Congresso para um pacote de auxílio antes das eleições presidenciais de 3 de novembro colaborava para a cautela internacional.
Dados de hoje mostraram que os pedidos semanais de auxílio-desemprego nos EUA aumentaram inesperadamente na semana passada, o que pode elevar os temores de que a pandemia de covid-19 esteja causando danos duradouros ao mercado de trabalho da maior economia do mundo, ressaltando a urgência de mais apoio fiscal no país.
Cenário interno
Enquanto isso, no Brasil, a saúde das contas públicas e o caminhar da agenda de reformas do governo continuavam no foco dos investidores.
"Seguimos acompanhando o noticiário brasileiro, mas fica difícil sair uma reforma mais robusta este ano, e o mercado trabalha em modo de espera", comentou Herrera.
Dúvidas sobre como o governo financiaria um novo projeto de assistência social sem furar o teto de gastos e atrasos na apresentação das reformas estruturais — promessas eleitorais do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) — foram apontados como fatores que colaboraram para uma disparada recente do dólar em relação ao real.
O patamar atual do dólar representa uma alta de quase 8% desde o final do mês de julho. No acumulado de 2020, diante também de um ambiente de juros extremamente baixos, a moeda norte-americana apresenta salto de cerca de 40% contra o real.
(Com Reuters)
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