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Dólar fecha 2020 em alta acumulada de 29,33%, a R$ 5,189; Bolsa sobe 2,92%

Getty Images/iStockphoto
Imagem: Getty Images/iStockphoto

Do UOL, em São Paulo

30/12/2020 17h22Atualizada em 30/12/2020 18h25

Após cair mais de 1% na véspera, o dólar comercial voltou a subir, encerrando o último pregão do ano cotado a R$ 5,189 na venda (+0,11%). Dezembro foi de baixas para a moeda norte-americana, que desvalorizou 2,95% frente ao real, mas não o suficiente para minimizar a alta acumulada de 29,33% em 2020.

Como resultado, a moeda brasileira registrou o segundo pior desempenho global no ano em meio à pandemia de covid-19, com juros locais extremamente baixos e incertezas fiscais domésticas persistentes.

Já o Ibovespa fechou o dia em queda de 0,33%, aos 119.017,24 pontos, terminando o mês em alta acumulada de 9,30%. O ano foi positivo para o principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), que chega ao fim de 2020 com valorização de 2,92%, ainda que em um patamar pouco abaixo do recorde histórico atingido em 23 de janeiro (119.527,63 pontos).

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Atenção a EUA e Brasil

No geral, o dia foi de otimismo, com investidores avaliando a volatilidade e os reajustes de posições à medida que o ano se aproxima do fim. O mercado segue atento aos desdobramentos positivos nos Estados Unidos e aguarda a aprovação, por parte do Senado, da proposta que aumenta de US$ 600 para US$ 2 mil o auxílio aos norte-americanos afetados pela pandemia.

A presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, pediu hoje ao líder do Partido Republicano no Senado, Mitch McConnell, que "interrompa sua obstrução" e coloque em votação o projeto. A incerteza persiste quanto à aprovação, que exige voto favorável de 60 dos 100 senadores e causa divergência entre os republicanos, que controlam a Casa.

O presidente Donald Trump já havia sancionado uma ajuda de US$ 2,3 trilhões no último domingo (27), restaurando o auxílio-desemprego a milhões de cidadãos e evitando a paralisação do governo federal.

Já no Brasil, segue no radar do mercado a disputa pela presidência da Câmara. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) declarou apoio público à candidatura do líder do Progressistas, Arthur Lira (AL), e colocou o atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ) ao lado de seus "inimigos" tradicionais — PT, PCdoB e PSOL.

As trocas de farpas constantes entre o Executivo e o Legislativo, especulações sobre tensões internas no governo e temores em relação à saúde das contas públicas são apontados como fatores de pressão para o real em 2021, assim como o patamar extremamente baixo da taxa Selic, hoje em 2% ao ano.

Fluxo cambial negativo

O fluxo cambial do ano até 24 de dezembro ficou negativo em US$ 24,524 bilhões, segundo informou o Banco Central. Em igual período do ano passado, o resultado era negativo em US$ 42,459 bilhões. Os dados anuais refletem, em grande parte, os efeitos da pandemia sobre o fluxo de moeda estrangeira, em especial no mês de março.

A saída pelo canal financeiro até 24 de dezembro foi de US$ 48,045 bilhões. O resultado é fruto de aportes no valor de US$ 479,052 bilhões e de envios no total de US$ 527,097 bilhões. O segmento reúne os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucro e pagamento de juros, entre outras operações.

No comércio exterior, o saldo anual acumulado até 24 de dezembro ficou positivo em US$ 23,521 bilhões, com importações de US$ 166,450 bilhões e exportações de US$ 189,971 bilhões. Nas exportações estão incluídos US$ 23,536 bilhões em Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC), US$ 68,365 bilhões em Pagamento Antecipado (PA) e US$ 98,080 bilhões em outras entradas.

(Com Estadão Conteúdo e Reuters)