Dólar cai 1,73%, a R$ 5,455, à espera do Orçamento; Bolsa também tem queda
Com investidores à espera da sanção do Orçamento de 2021, o dólar registrou hoje sua maior queda percentual em mais de 20 dias, fechando a quinta-feira cotado a R$ 5,455 na venda — uma desvalorização de 1,73% frente ao real.
A queda deste pregão é a maior para a moeda americana desde 31 de março, quando o dólar encerrou o dia vendido a R$ 5,629 (-2,31%).
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), registrou baixa de 0,58%, aos 119.371,48 pontos. Já é a terceira queda consecutiva acumulada pelo indicador, que havia terminado a semana passada com balanço positivo.
Hoje, o destaque ficou com as ações da Cielo (CIEL3) e da Usiminas (USIM5), que subiram 6,03% e 5,33%, respectivamente. Já as maiores baixas foram registradas pelas Lojas Renner (LREN3) e pela Suzano (SUZB3): -5,99% e -3,79%.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Expectativa pelo Orçamento
Aprovado ontem pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o projeto de lei que altera a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) esteve no radar dos investidores porque abre caminho para a sanção do Orçamento de 2021, que vinha enfrentando impasses e tem até hoje para ser sancionado.
Os ajustes à LDO incluem a flexibilização de regras para despesas com enfrentamento à pandemia da covid-19 e permitem que o governo corte por decreto — e não por lei, como normalmente ocorre — gastos discricionários para garantir o atendimento à totalidade das despesas obrigatórias.
Segundo Vanei Nagem, responsável pela mesa de câmbio da Terra Investimentos, os desdobramentos em torno do Orçamento de 2021 foram como um pouco de "areia na fogueira" após semanas de impasse. "Acalmaram os ânimos um pouco, uma vez que ficaram dentro das expectativas recentes dos mercados", disse ele à Reuters.
Ainda assim, os economistas consultados pela agência continuam preocupados com a saúde fiscal do Brasil.
"Com o fluxo de entrada apertado pela pandemia e pela atividade econômica travada e pela falta de outros meios de se buscar financiamento, o governo vai aprovar um orçamento em detrimento às despesas discricionárias e ao funcionamento da já pesada e paquidérmica máquina pública", opinou Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.
(Com Reuters)
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