Bolsa cai 2,28% após reforma do IR; dólar fica estável em R$ 5,183
Após abrir setembro em alta, o Ibovespa fechou a quinta-feira (2) em forte queda de 2,28%, aos 116.677,08 pontos, puxado pela aprovação da reforma do Imposto de Renda na Câmara dos Deputados. É a maior perda diária em mais de um mês, desde 30 de julho, quando o principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3) despencou 3,08%.
Já o dólar encerrou a sessão praticamente estável, com leve alta de 0,02%, cotado a R$ 5,183 na venda. Na véspera, a moeda americana havia registrado alta de 0,20%, interrompendo uma sequência de três baixas consecutivas.
Com os resultados do dia, o Ibovespa agora acumula perdas de 1,97% em 2021, enquanto o dólar registra queda de 0,11%.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Reação à reforma do IR...
Após abrir a sessão sem grandes movimentações, o Ibovespa passou a cair à medida que investidores acompanhavam a votação da reforma do IR na Câmara, cujas discussões tiveram início na noite de ontem. A queda se acentuou com a aprovação da criação de um imposto de 15% sobre dividendos, o que impacta diretamente os acionistas.
A tributação de dividendos era defendida pelo governo federal e pelo relator da reforma, deputado federal Celso Sabino (PSDB-PA), como forma de compensar a queda no Imposto de Renda cobrado das empresas, mas tem sido alvo de críticas de muitos agentes do mercado.
A não cobrança de impostos sobre dividendos vem exatamente devido a uma distorção do elevado imposto de renda de pessoa jurídica e, em uma reforma, a expectativa era de que houvesse ao menos neutralidade de taxa -- isto é: o aumento do imposto sobre dividendos se compensaria com a queda no IRPJ. Não foi o que aconteceu.
Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset
Além disso, segundo escreveu a equipe de pesquisa da Levante Investimentos, a aprovação do texto "não foi vista como uma vitória do governo na Casa, uma vez que o projeto final ficou bastante distante do entregue pela equipe econômica e deve frustrar as receitas do Executivo".
"Há efeito negativo do ponto de vista fiscal para os próximos anos", acrescentaram.
... E à "minirreforma" trabalhista
Analistas também chamaram a atenção para a rejeição no Senado da MP (Medida Provisória) que promovia uma espécie de "minirreforma" trabalhista e criava o Novo BEm (Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda). O texto, aprovado no último dia 12 na Câmara, recebeu 47 votos contrários dos senadores, mas apenas 27 favoráveis.
(Com Reuters)
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