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Dólar cai a R$ 5,227 e Bolsa sobe 1,72% após 'recuo' de Bolsonaro

Em "declaração à nação", Bolsonaro disse nunca ter tido nenhuma intenção de agredir os demais Poderes - Ueslei Marcelino/Reuters
Em "declaração à nação", Bolsonaro disse nunca ter tido nenhuma intenção de agredir os demais Poderes Imagem: Ueslei Marcelino/Reuters

Do UOL, em São Paulo

09/09/2021 17h22Atualizada em 09/09/2021 17h27

Depois da maior alta em mais de um ano, o dólar registrou hoje queda de 1,86%, terminando o dia cotado a R$ 5,227 na venda. O resultado, insuficiente para compensar os ganhos da véspera, foi impulsionado pela divulgação de uma nota pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), vista como um esforço de pacificação após os atos golpistas de 7 de setembro.

Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), encerrou a sessão em alta de 1,72%, aos 115.360,86 pontos, depois de despencar quase 4% ontem. No fim da tarde, logo depois da manifestação de Bolsonaro, o indicador chegou a subir mais de 2%, com investidores reagindo ao "recuo" do presidente.

Mesmo com o desempenho de hoje, o dólar segue acumulando alta de 1,07% frente ao real em setembro e de 0,74% em 2021. O Ibovespa, por sua vez, registra perdas de 2,88% no mês e de 3,07% no ano.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Mercado reage à nota

Até as 16h30, o dólar caminhava para uma queda mais tímida, em torno de 0,40%, e o Ibovespa também caía, em movimentos vistos como simples ajustes pelo mercado. Com a divulgação da nota de Bolsonaro, a moeda americana intensificou as perdas, enquanto o indicador passou a subir.

Na "declaração à nação", o presidente disse nunca ter tido intenção de agredir qualquer um dos Poderes, explicando que suas palavras, "por vezes contundentes, decorreram do calor do momento e dos embates que sempre visaram o bem comum". Ele também afirmou que "sempre" esteve disposto a manter diálogo permanente o Legislativo e o Judiciário "pela manutenção da harmonia".

Reitero meu respeito pelas instituições da República, forças motoras que ajudam a governar o país. Democracia é isso: Executivo, Legislativo e Judiciário trabalhando juntos em favor do povo e todos respeitando a Constituição.
Jair Bolsonaro, em nota

Na terça-feira (7), ao participar de atos golpistas em Brasília e em São Paulo, o presidente voltou a fazer ataques ao Judiciário e chegou a dizer que não cumpriria mais decisões do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), a quem xingou de "canalha".

Mais cedo, à Reuters, o chefe de tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, avaliou que as tensões em Brasília devem continuar atrapalhando o mercado. "Acho muito difícil o dólar se manter abaixo dos R$ 5,30 no curto prazo, a não ser que haja uma grande virada de jogo na política", disse.

(Com Reuters)