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Ações do GPA sobem quase 12% após venda de lojas Extra para o Assaí

Sede do Grupo Pão de Açúcar; ações sobem após anúncio da venda de 71 lojas Extra - Divulgação
Sede do Grupo Pão de Açúcar; ações sobem após anúncio da venda de 71 lojas Extra Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo*

15/10/2021 11h58

As ações do GPA (PCAR3), grupo que detém o Pão de Açúcar, subiram 11,85% na sessão desta sexta-feira (15) da Bolsa, após anúncio da venda de 71 lojas do hipermercado Extra para o Assaí. Pela manhã, os papéis chegaram a subir mais de 17%.

Por outro lado, as ações do Assai (ASAI3) fecharam em queda de 1,79%, mas chegaram a cair mais de 6,22% pela manhã. O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou a sessão com alta de 1,29%.

Acordo é de R$ 5,2 bilhões

Segundo comunicado da empresa, o fim da bandeira Extra foi acertado em um acordo com o Assaí, grupo de atacarejo do francês Casino, que também é controlador do GPA.

Com o acordo, calculado em até R$ 5,2 bilhões, o GPA vai passar para o Assaí 71 lojas Extra Hiper que serão convertidas para atacarejo. O GPA terminou o primeiro semestre com 103 lojas Extra Hiper.

O Assaí vai pagar R$ 4 bilhões ao GPA em prestações que vencem entre dezembro deste ano e janeiro de 2024. O R$ 1,2 bilhão restante será pago ao GPA por um fundo imobiliário que tem garantia do Assaí.

O GPA não deu detalhes sobre o fundo, mas afirmou que ele vai alugar 17 imóveis que antes eram da empresa ao Assaí por 20 anos renováveis por igual período.

Hipermercado enfrentava dificuldades, diz CEO

O GPA sai de um segmento do mercado que vem enfrentando dificuldades em crescer diante da concorrência com o atacarejo e impactos da pandemia sobre os consumidores.

Segundo Jorge Faiçal, CEO do GPA, a decisão foi tomada porque o formato de hipermercado já enfrentava dificuldades há algum tempo. "Hipermercado é um formato desafiador com inflação e perde clientes há uma década", disse ele, em entrevista ao UOL.

De acordo com ele, com o aumento de custo dos alimentos e outros produtos, os clientes deixam de ir a hipermercados e optam pelo formato atacarejo, que mistura o atacado e varejo e tem opções mais em conta. Com a inflação a dois dígitos nos últimos 12 meses, essa migração foi ainda mais intensa, diz ele.