Dólar sobe a R$ 5,503, em meio à tensão entre Rússia e Ucrânia; Bolsa cai
O dólar comercial abriu a semana em alta de 0,88%, a segunda seguida, vendido a R$ 5,503, depois de fechar a semana anterior em queda acumulada de 1,05%. O resultado reflete os receios globais sobre um possível ataque da Rússia à Ucrânia, que acabaram afastando investidores de todo o mundo de ativos considerados arriscados, como o real.
Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), fechou em queda de 0,92%, aos 107.937,11 pontos — destoando das Bolsas de Wall Street, nos Estados Unidos, que conseguiram se recuperar ao longo do dia. Na semana passada, o indicador havia subido 1,88%.
Mesmo com o desempenho de hoje, o dólar ainda acumula perdas de 1,3% frente ao real em janeiro. O Ibovespa, por sua vez, registra alta de 2,97% nos primeiros dias do ano, depois de despencar quase 12% em 2021.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Rússia x Ucrânia
Investidores estão cada vez mais preocupados com a concentração de tropas russas na fronteira com a Ucrânia, já que as tensões entre os dois países aumentaram nos últimos dias. O presidente dos EUA, Joe Biden, está considerando reforçar o poderio militar no leste europeu, depois de ter ordenado a retirada das famílias de diplomatas de Kiev, capital ucraniana.
A invasão da Ucrânia pela Rússia é uma possibilidade crescente. Cerca de 100 mil soldados russos se concentram na fronteira entre os dois países, e a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) está enviando navios e aviões de combate para a região.
"A tensão geopolítica entre Ucrânia e Rússia começa a afetar o apetite por risco e também contribuiu para o movimento de hoje dos mercados", disseram economistas do Bradesco em relatório.
De olho no Fed
Paralelamente, colaborou para o clima cauteloso na sessão a proximidade da reunião de política monetária do Fed (Federal Reserve, o Banco Central americano), que começa amanhã e termina na quarta (26). Boa parte do mercado aposta que a autoridade vai sinalizar pelo menos quatro altas nos juros — hoje próximos a zero — ao longo deste ano, com o objetivo de controlar a inflação nos EUA.
Juros mais altos nos EUA aumentam a rentabilidade dos títulos americanos, considerados investimentos muito seguros. Na prática, esse cenário tende a reduzir a atratividade de ativos mais arriscados, como o real e outras moedas de países emergentes, o que leva a uma valorização global do dólar.
(Com Deutsche Welle e Reuters)
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