Dólar tem maior queda mensal em mais de 1 ano e vai a R$ 5,306; Bolsa sobe
O dólar comercial fechou a segunda-feira (31) em queda de 1,56%, cotado a R$ 5,306 na venda, chegando a sua terceira sessão seguida de perdas. É o menor valor alcançado em mais de quatro meses, desde 22 de setembro de 2021, quando a moeda norte-americana encerrou o dia em R$ 5,304. Com o desempenho de hoje, o dólar termina janeiro com desvalorização acumulada de 4,84% —a maior queda mensal desde novembro de 2020 (-6,83%).
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), fechou em alta de 0,21%, aos 112.143,51 pontos, encerrando janeiro com ganhos de 6,98%. O desempenho é o melhor para um mês desde dezembro de 2020 (+9,3%).
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Mês turbulento
Janeiro foi marcado por turbulência em várias classes de investimentos, mas as moedas de países emergentes — como o real — resistiram. Neste mês, segundo analistas, investidores decidiram apostar em ativos que recentemente passaram por grandes perdas, com o Brasil despontando entre as preferências. Vale lembrar que, na primeira sessão de 2022, o dólar valia R$ 5,663.
A tendência, porém, é que essa queda acentuada do dólar esteja com os dias contados, porque a moeda brasileira chegou a um patamar que pode acabar atraindo compras do dólar, de acordo com especialistas.
Apesar dos comentários de que o real pode se fortalecer até R$ 5,05, não acreditamos. Achamos que a grande correção já foi.
Alfredo Menezes, gestor na Armor Capital
Política de juros no radar
Paralelamente, investidores começam a criar expectativas sobre as decisões de política monetária na Europa e, em particular, no Brasil, onde o Banco Central deve anunciar mais um aumento nos juros básicos da economia (Selic) na quarta-feira (2), ao fim de uma reunião de dois dias. Uma pesquisa da Reuters aposta que a Selic, hoje em 9,25% ao ano, será reajustada em 1,5 ponto percentual, para 10,75% ao ano.
Na última reunião, no início de dezembro de 2021, o Copom (Comitê de Política Monetária) já havia sinalizado um novo aumento para fevereiro. Se a projeção se concretizar, a Selic chegará ao maior nível em quase cinco anos, desde maio de 2017 (11,25%).
A expectativa, de acordo com o último Boletim Focus, é de que os juros fechem 2022 com dois dígitos, em 11,75% ao ano.
Juros mais altos no Brasil são vistos como positivos para o real, uma vez que elevam a rentabilidade do mercado de renda fixa doméstico.
(Com Reuters)
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