Dólar salta 4%, maior alta em 2 anos, e fecha a R$ 4,805; Bolsa cai 2,86%
O dólar comercial subiu 4% hoje e fechou cotado a R$ 4,805, maior valor em um mês, desde 24 de março (R$ 4,832). É o maior salto diário em mais de dois anos, desde 16 de março de 2020 (4,9%), com o início da pandemia e a chegada da covid-19 ao Brasil. Na semana, o dólar avançou 2,04%, na maior alta semanal em cinco meses, desde o final de novembro de 2021 (2,79%).
O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, emendou a quinta queda seguida e perdeu 2,86%, encerrando aos 111.077,51 pontos. É o menor nível da Bolsa desde 15 de março (108.959,30 pontos). A Bolsa emendou a terceira semana de perdas, de 4,88%. É a pior semana do índice em seis meses, desde 22 de outubro de 2021 (-7,28%).
A queda na Bolsa hoje foi generalizada, com apenas duas ações fechando em alta.
A Vale (VALE3), o papel mais negociado do dia, perdeu 6,15%, cotado a R$ 80,15. A ação preferencial da Petrobras (PETR4) caiu 4,18%, a R$ 30,47 ao fim do pregão, O Itaú (ITUB4) encerrou a R$ 25,54, com baixa de 2,44%; e o Bradesco (BBDC4) valia R$ 19,10, com desvalorização de 2,05%.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Crise entre Bolsonaro e o STF
O real liderava as perdas globais, o que parte dos mercados associou à notícia de que o presidente Bolsonaro anunciou um decreto concedendo perdão ao deputado Daniel Silveira por meio de uma "graça constitucional", um dia depois de o STF (Supremo Tribunal Federal) condenar o parlamentar pelos crimes de coação no curso do processo e atentado ao Estado Democrático de Direito.
A medida, vista por muitos como uma afronta ao STF, tem potencial de abrir nova crise com a cúpula do Judiciário.
Alguns participantes do mercado também citaram movimento de ajuste no preço do dólar —que havia caído acentuadamente na quarta-feira— na volta do feriado de Tiradentes.
Juros mais altos nos EUA
No externo, os investidores avaliam ser cada vez mais provável que o Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) endureça sua postura para combater a inflação no país, a maior em quatro décadas, com aumento dos juros.
Juros mais altos nos EUA tendem a atrair para lá recursos hoje investidos em outros países, sobretudo os emergentes, como o Brasil. Com menos dólares aqui, a cotação da moeda sobe.
Ontem, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que um aumento de 0,5 ponto percentual nos juros estará "sobre a mesa" quando o Fed se reunir em maio, acrescentando que seria apropriado "agir um pouco mais rapidamente".
*Com Reuters
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