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Dólar sobe a R$ 4,812; Bolsa tem alta mesmo com turbulências na Petrobras

Cris Faga/NurPhoto via Getty Images
Imagem: Cris Faga/NurPhoto via Getty Images

Do UOL, em São Paulo

24/05/2022 17h25

O dólar subiu 0,14% nesta terça-feira (24) e ficou cotado a R$ 4,812 na venda, após três sessões consecutivas de perda. Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), encerrou em alta de 0,21% e aos 110.580,79 pontos.

O dia foi marcado por incertezas em meio à troca na presidência da Petrobras, anunciada ontem (23) à noite. As ações da estatal caíram 10% no início do dia e ameaçaram desvalorizar a Bolsa, que vem de fortes altas. A PETR3 encerrou em baixa de 2,85%, cotada a R$ 34,40. Já a PETR4 tombou 2,92%, chegando a R$ 31,60.

Além disso, investidores digeriam dados de inflação domésticos mais elevados que o esperado.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Troca na Petrobras

José Mauro Ferreira Coelho é o terceiro presidente da Petrobras demitido por Bolsonaro por causa da disparada nos preços dos combustíveis, o que aumentou a preocupação de analistas com a interferência do governo na companhia. O comunicador Caio Mario Paes de Andrade foi indicado para assumir o posto.

Investidores provavelmente verão a mudança como uma intervenção direta relacionada ao preço do combustível no Brasil, disse o JP Morgan, em nota ao mercado.

"O sr. Coelho havia repassado um aumento no preço do diesel em seus 40 dias de mandato. Esperamos uma reação negativa ao anúncio das ações da Petrobras", acrescentou.

Segundo o BTG Pactual, "embora a governança corporativa da Petrobras tenha evitado até agora interferências mais diretas, nós tememos que o verdadeiro teste ainda esteja por vir".

"Em última análise, achamos que o novo CEO enfrenta uma difícil dilema: como preservar o próprio emprego seguindo as políticas da empresa e sem comprometer a disponibilidade de combustível do Brasil?", afirmou o BTG Pactual.

Inflação e ICMS de combustíveis

Para Simone Pasianotto, economista-chefe da Reag Investimentos, a troca na Petrobras e a inflação acima do esperado são "basicamente os dois motivos" que mais pesam no Ibovespa.

O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15) desacelerou para 0,59% em maio, mas ficou acima da estimativa do mercado (+0,45%) e for a maior para o mês em seis anos. A inflação dos combustíveis, que vem pressionando a política de preços da Petrobras, acelerou 2,05% no período, mas bem abaixo dos 7,54% do mês anterior.

Marcelo Boragini, especialista em renda variável da Davos Investimentos, disse que o dado reforça a percepção de que o Banco Central continuará subindo os juros.

Ainda na cena local, o mercado mantém no radar a probabilidade de votação na Câmara dos Deputados de proposta que fixa teto de 17% para a alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre combustíveis e energia elétrica.

*Com informações da Reuters