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Bolsa sobe 3,18% na semana; dólar acumula queda de 2,79% e fecha a R$ 4,738

Getty Images
Imagem: Getty Images

Do UOL*, em São Paulo

27/05/2022 17h26Atualizada em 27/05/2022 17h57

O dólar comercial emendou a segunda queda nesta sexta-feira (27), de 0,49%, cotado a R$ 4,738 — menor valor desde 20 de abril (R$ 4,62). Com isso, a moeda teve a terceira semana seguida de desvalorização (-2,79%). O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), encerrou o dia quase estável, aos 111.941,68 pontos, com leve alta de 0,05%. É o maior nível da Bolsa em mais de um mês, desde 20 de abril (114.343,78 pontos). Na semana, o índice acumulou alta de 3,18%, melhor resultado desde o final de março (3,27%). É a terceira semana seguida de avanços.

O mercado hoje acompanhou o mercado internacional, com a sinalização de que o Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos) não aumentará os juros de maneira muito agressiva.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Dólar enfraquece no exterior

A visão predominante nos mercados é de que o dólar caído porque riscos de uma recessão econômica nos Estados Unidos podem levar o banco central norte-americano a evitar aumentos maiores nos juros. Os receios de recessão crescera após dados da véspera mostrarem queda maior que o esperado no PIB (Produto Interno Bruto) do país no primeiro trimestre.

"Começa a se consolidar nos EUA a visão de que a postura do Federal Reserve deverá ser mais branda do que o mercado esperava, pelo risco de uma recessão", escreveram analistas da Levante Investimentos. "Apesar de os aumentos dos juros no curto prazo estarem praticamente definidos, a trajetória mais longa poderia sofrer alterações."

As indicações mais recentes do Fed são de que adotará ajustes de 0,50 ponto percentual nos custos dos empréstimos em cada uma de suas próximas duas reuniões e depois poderá fazer uma pausa para avaliar os efeitos do aperto na economia.

Isso desenha um cenário bem menos "hawkish", ou duro no combate à alta dos preços, do que alguns operadores temiam. Apenas algumas semanas atrás, havia apostas nos mercados de que o Fed poderia ser forçado a promover aumento de 0,75 ponto percentual nos juros, diante da inflação mais pressionada em quatro décadas nos EUA.

Desde março deste ano, o Federal Reserve já aumentou sua taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual.

Taxas de empréstimo mais altas na maior economia do mundo tendem a beneficiar o dólar, uma vez que atraem recursos para o mercado de renda fixa norte-americano, de forma que a redução de apostas em elevações mais agressivas nos juros explica o recente arrefecimento da divisa dos EUA.

No entanto, estrategistas do Citi alertaram que receios sobre o desempenho econômico do país podem, eventualmente, trabalhar a favor do dólar.

"Os temores de recessão nos EUA estão aumentando. Normalmente, as recessões dos EUA levam a um câmbio de mercados emergentes mais fraco, embora às vezes a força do dólar só comece quando a recessão estiver muito próxima ou até mais tarde", disseram especialistas em relatório desta sexta-feira.

*Com informações da Reuters