O Ibovespa caiu 0,99% e chegou aos 127.070,79 pontos, puxado principalmente pela reação negativa aos números do último balanço da Petrobras. Na semana, o principal índice da B3 recuou 1,63%.
Já o dólar subiu 0,97% e fechou o dia vendido a R$ 4,982, depois de duas quedas seguidas. Com o desempenho de hoje, a moeda americana termina a semana com ganhos de 0,54% frente ao real.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial (saiba mais clicando aqui). Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, a referência é o dólar turismo, e o valor é bem mais alto.
O que aconteceu
Queda do preço de commodities puxou real para baixo. A moeda brasileira é muito sensível aos preços do minério de ferro — um dos principais componentes da pauta de exportação nacional. Paralelamente, a queda do petróleo também afetou as ações da Petrobras, que tombaram 10,25% (preferenciais) e 10,16% (ordinárias) no pregão.
Resultado da Petrobras decepcionou, impactando o Ibovespa. A estatal divulgou lucro líquido de R$ 31 bilhões no quarto trimestre de 2023 — queda de 28,4% ante o mesmo período de 2022. Além disso, o mercado reagiu mal ao anúncio de que a Petrobras não vai distribuir dividendos extraordinários, embora tenha aprovado R$ 14,2 bilhões em remuneração aos acionistas.
Dados de emprego dos EUA superaram as expectativas. Foram criados 275 mil empregos fora do setor agrícola em fevereiro — acima do teto das expectativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, que apostavam de 125 mil a 260 mil novos postos de trabalho. A surpresa contribui para alongar o prazo para o início dos cortes de juros nos EUA e, consequentemente, impulsionar o dólar.
Manutenção dos juros americanos tende a favorecer o dólar. Isso acontece porque, com os juros em patamar elevado, os investidores redirecionam recursos para o mercado de renda fixa americano, considerado muito seguro. Por outro lado, sinais de que o Fed (Federal Reserve) vai começar a reduzir os juros em breve tendem a impulsionar moedas mais arriscadas, porém mais rentáveis, como o real.
A criação de empregos no mês de fevereiro superou novamente o estimado. Já são três meses seguidos de leituras acima do que se esperava para o mercado de trabalho americano. Vale destacar que a taxa de desemprego nos EUA se encontra abaixo de 4% há dois anos. Ainda mostra um mercado de trabalho saudável, resiliente.
Leonel Mattos, analista da StoneX
(*Com Estadão Conteúdo e Reuters)
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