Dólar volta a fechar acima de R$ 5 após mais de 4 meses; Bolsa também sobe

O dólar subiu 0,57% e encerrou o dia vendido a R$ 5,026, voltando a fechar acima de R$ 5 pela primeira vez desde 31 de outubro de 2023 (R$ 5,041). No mês, a moeda americana acumula ganhos de 1,07% frente ao real.

Já o Ibovespa subiu 0,17% e chegou aos 126.954,18 pontos, depois de dois pregões seguidos de queda. O principal índice da B3 ainda registra baixa de 1,6% em março.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial (saiba mais clicando aqui). Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, a referência é o dólar turismo, e o valor é bem mais alto.

O que aconteceu

Mercado repercute dados econômicos de Brasil e China. O IBC-Br, considerado uma prévia do PIB (Produto Interno Bruto), teve avanço de 0,6% em janeiro — bem acima da expectativa de 0,26%, de acordo com pesquisa da Reuters. Já na China, saíram os números da produção industrial e das vendas no varejo, que cresceram 7% (primeiro bimestre) e 5,5% (fevereiro), respectivamente.

Segue a expectativa pela decisão sobre juros nos EUA. Espera-se que o Fed (Federal Reserve, o Banco Central americano) mantenha as taxas inalteradas mais uma vez. A maior parte dos investidores — 57%, segundo a última análise feita pela ferramenta FedWatch — ainda aposta num primeiro corte em junho, embora os recentes dados de inflação tenham reduzido o otimismo.

Taxas mais baixas nos EUA tendem a beneficiar o real. Isso acontece porque, com juros elevados, os investidores redirecionam recursos para o mercado de renda fixa dos EUA, considerado muito seguro. Por outro lado, sinais de que o Fed vai começar a reduzir os juros em breve tendem a impulsionar moedas mais arriscadas, porém mais rentáveis, como o real.

Banco Central brasileiro também define a Selic nesta semana. O mercado aposta em mais uma redução da taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, para 10,75% ao ano — o menor patamar desde fevereiro de 2022 (9,25%). Assim como o Fed, o Copom (Comitê de Política Monetária) se reúne amanhã e na quarta-feira (20) para definir os juros.

O IBC-Br de janeiro traz uma atividade resiliente justamente por conta do setor de serviços, cuja inflação tem sido apontada pelo BCcomo principal empecilho para uma aceleração no ritmo de cortes da Selic ou para um ciclo mais longo. Assim, não seria exagero dizer que o dado de hoje aumenta ainda mais as expectativas em torno do comunicado [do BC].
Helena Veronese, da B. Side Investimentos, à Reuters

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É uma semana de importantes decisões sobre juros no Brasil e nos EUA. Por aqui, o Banco Central deve decidir por mais uma queda de 0,5 ponto percentual, como já previsto pelo mercado. Enquanto isso, nos EUA, o mercado fica atento ao discurso de Jerome Powell [presidente do Fed], que pode indicar quando devemos ter um corte de juros por lá.
Fabio Louzada, economista e fundador da Eu me banco

(Com Reuters)

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