Bolsa sobe pelo 2º dia antes de decisão sobre juros; dólar fica em R$ 5,029

O Ibovespa subiu 0,45% e chegou aos 127.528,85 pontos, no segundo pregão seguido de alta. No mês, porém, o principal índice da B3 ainda registra queda de 1,16%.

Já o dólar fechou praticamente estável, com leve alta de 0,07%, vendido a R$ 5,029. A moeda americana saltou 1,14% frente ao real em março.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial (saiba mais clicando aqui). Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, a referência é o dólar turismo, e o valor é bem mais alto.

O que aconteceu

Alta do minério de ferro ajudou Vale, impulsionando o Ibovespa. A alta de 5,35% da commodity em Dalian, na China, favoreceu os papéis da Vale, que subiram 0,82% no pregão. A temporada de balanços também colocou Braskem e Petrobras no radar: a primeira avançou 5,62% no dia, enquanto as ações da petrolífera recuaram 0,74% (preferenciais) e 1,11% (ordinárias).

Mercado segue na expectativa por reunião sobre juros nos EUA. Espera-se que o Fed (Federal Reserve, o Banco Central americano) mantenha as taxas inalteradas mais uma vez. A maior parte dos investidores — 55%, segundo a última análise feita pela ferramenta FedWatch — ainda aposta num primeiro corte em junho, embora os recentes dados de inflação tenham reduzido o otimismo.

Taxas mais baixas nos EUA tendem a beneficiar o real. Isso acontece porque, com juros elevados, os investidores redirecionam recursos para o mercado de renda fixa dos EUA, considerado muito seguro. Por outro lado, sinais de que o Fed vai começar a reduzir os juros em breve tendem a impulsionar moedas mais arriscadas, porém mais rentáveis, como o real.

No Brasil, Banco Central também define Selic amanhã. O mercado aposta em mais uma redução da taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, para 10,75% ao ano — o menor patamar desde fevereiro de 2022 (9,25%). Assim como o Fed, o Copom (Comitê de Política Monetária) se reúne hoje e amanhã (20) para definir os juros.

Se você tem taxa de juros alta lá nos EUA - que seria o paraíso, um lugar onde você tem menos risco com uma taxa de juros alta --, você tem a tendência forte de que o fluxo se concentre ali. Por isso que a gente vê essa alta [do dólar] nos últimos dois, três meses; porque as previsões de queda da taxa de juros nos EUA acabaram sendo postergadas.
Diego Faust, da Manchester Investimentos, à Reuters

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