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Faturamento dos pequenos negócios paulistas sofre primeira queda desde 2011

Do UOL, em São Paulo (SP)

21/11/2013 11h50

O faturamento das micro e pequenas empresas (MPEs) paulistas caiu 7,9% em setembro, na comparação com o mês anterior, segundo a pesquisa mensal Indicadores, do Sebrae-SP(Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo). A queda foi a primeira registrada desde dezembro de 2011.

Em setembro deste ano, as MPEs paulistas faturaram R$ 45,4 bilhões, enquanto a receita em agosto foi de R$ 49,3 bilhões, de acordo com o levantamento.

Na comparação com setembro de 2012, a queda foi de 1,3%, quando as MPEs do Estado faturaram R$ 45,9 bilhões.

No acumulado de janeiro a setembro de 2013, o resultado é positivo, houve aumento de 2,5% no faturamento ante o mesmo intervalo de 2012.

“O crescimento modesto da economia do país em 2013 e a base forte de comparação contribuíram para a diminuição no faturamento das MPEs em setembro”, afirma o diretor-superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano.

A base forte de comparação a que ele se refere é o aumento de 10,6% na receita real dos pequenos negócios em setembro de 2012 ante o mesmo mês em 2011.

Quando analisados os setores, o desempenho foi negativo na indústria e em serviços, com quedas de 0,9% e 6,2%, respectivamente, em setembro ante o mesmo mês do ano passado. O comércio apresentou alta de 2,6%.

“A indústria tem perdido competitividade, porém o bom nível do consumo interno sustentou as vendas do comércio”, completa Caetano.

Por regiões, apenas o Grande ABC teve desempenho positivo, com crescimento de 3,2% no faturamento em setembro ante igual mês do ano passado. A Região Metropolitana de São Paulo, o interior e a capital paulista registraram quedas de 0,6%, 2% e 1%, respectivamente.

Empregos caem e salários sobem

Em 2013, de janeiro a setembro, o pessoal ocupado nas MPEs do Estado caiu 0,2% em relação aos nove primeiros meses de 2012.

Na comparação de setembro deste ano com setembro de 2012, verifica-se queda ainda maior, de 3,4%.

No acumulado do ano até setembro, salários e outras remunerações pagas pelas MPEs aos empregados aumentaram 7,1% em relação a igual período de 2012. Também houve avanço, de 4,2%, no confronto entre os meses de setembro.

O valor da folha de pagamento aumentou 3,8% no acumulado do ano, mas baixou 3,6% em setembro comparado ao mesmo mês do ano passado.

Empresários esperam estabilidade nos negócios

Quanto às perspectivas para os próximos seis meses, em outubro deste ano 50% dos donos de MPEs disseram esperar que o faturamento de seus negócios fique estável, ante 47% em outubro de 2012.

Para 5% dos entrevistados, o faturamento da empresa deverá piorar e 11% não sabem dizer qual será o comportamento dos negócios.

Já a parcela dos que acreditam em elevação no faturamento caiu de 39% em outubro de 2012 para 34% em outubro deste ano.

Quando perguntados sobre a expectativa e o nível de atividade econômica para os seis próximos meses, 55% dos proprietários de MPEs falaram em estabilidade, mesma proporção de outubro de 2012.

Os que esperam melhora são menor proporção agora, 23%, ante 31% no ano passado e 10% não têm opinião formada sobre como ficará a economia. Quem aguarda piora soma 12%; eram 4% em 2012.

“O desempenho das MPEs deve acompanhar as tendências da economia brasileira, ou seja, deve apresentar uma evolução mais contida do faturamento no segundo semestre deste ano”, diz o consultor do Sebrae-SP, Pedro Gonçalves.

Segundo ele, as MPEs paulistas tendem a ter sua receita inibida pelo crescimento mais fraco dos salários, o que afeta o mercado consumidor interno, principal mercado para as MPEs.

“Além disso, a base forte de comparação de 2012 com consumo elevado e a perda de força da concessão de crédito para a pessoa física também devem frear o faturamento dos pequenos negócios”, afirma o consultor.

Gonçalves declara, ainda, que as dúvidas quanto ao crescimento das grandes economias como Estados Unidos, China e Zona do Euro também podem ter impacto negativo no país e, consequentemente, nas MPEs.

A pesquisa Indicadores, do Sebrae-SP, é realizada mensalmente com a colaboração da Fundação Seade. São entrevistados 2.716 donos de MPEs do Estado de São Paulo, distribuídas em indústria de transformação (10%), comércio (53%) e serviços (37%). Os dados descontam a inflação, medida pelo INPC/IBGE.

(Com Agência Sebrae)