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Chef faz brigadeiro turbinado com suplemento para malhar e fatura R$ 15 mil

Larissa Coldibeli

Do UOL, em São Paulo

11/04/2014 06h00

Um brigadeiro de colher, feito à base de leite em pó e whey protein (proteína isolada, extraída do soro do leite ou do arroz e da soja), é a aposta do chef de cozinha Gustavo Johnson, 27, para conquistar o público que frequenta academias de ginásticas e fazer a sua empresa, a Chef&Você, crescer.

O whey protein é um suplemento alimentar à base de proteína consumido por praticantes de atividade física e pessoas com deficiência do nutriente. “Ele ajuda no ganho de massa magra e na perda de gordura corporal”, afirma a nutricionista clínica e esportiva Fernanda Alves Dias. 

A embalagem com 75g é vendida com uma colherzinha por R$ 13 para o consumidor final. O produto é comercializado em academias, com a ajuda de revendedores, em lojas de suplementos esportivos e de produtos naturais em várias regiões do país. Para os revendedores, o preço é R$ 9 por unidade.

Por mês, são produzidos e vendidos 1.500 brigadeiros. Considerando as vendas para o consumidor final e para revendedores, Johnson afirma que fatura entre R$ 10 mil e R$ 15 mil com o produto.

O brigadeiro está disponível em seis sabores: tradicional, frutas vermelhas, maracujá, limão, coco e chocolate meio amargo. “Não revelo qual marca de proteína eu utilizo na receita porque ela faz toda a diferença no sabor. Já surgiram produtos similares no mercado, mas nenhum conseguiu reproduzir o meu produto”, afirma Johnson.

Por enquanto, Johnson cuida de toda a produção sozinho: da compra de matérias-primas à embalagem e entrega dos brigadeiros. “Estou investindo R$ 40 mil na montagem de uma nova cozinha e pretendo contratar funcionários para aumentar a produção”, declara.

Amigos motivaram criação da receita

A ideia do produto surgiu a partir da indicação de um amigo, que viu uma receita na internet. Em outubro de 2012, o chef começou a testar versões do doce e a aceitação do produto na academia em que treina.

“Todo mundo adorou e disse que eu deveria vender. A partir daí, fui aprimorando a receita e o produto. Elaborei a tabela nutricional para o rótulo e, com a ajuda de um designer, criei a identidade visual para a embalagem”, afirma.

Ele diz que cada porção do brigadeiro contém 20g de proteína e que o alimento pode ser consumido como lanche da tarde ou refeição pós-treino. O sabor coco é o mais calórico, com 144 calorias, e o sabor limão é o menos calórico, com 135 calorias. Um brigadeiro comum possui 301,5 calorias, segundo a nutricionista, e sete gramas de proteína.

A nutricionista Fernanda Alves Dias diz que o ideal é ingerir de 15% a 20% de proteína diariamente, mas que a dosagem ideal depende do cardápio de cada pessoa. “A dosagem de proteína na receita deste brigadeiro é similar às doses encontradas em fontes de alimentos lácteos, por exemplo, em quatro fatias de queijo mozarela”, afirma.

Entre os benefícios do consumo de proteína, está a produção de hormônios e anticorpos que permitem que o corpo mantenha suas regulações metabólicas e de defesa às diversas infecções, de acordo com a nutricionista. Já o excesso de consumo pode sobrecarregar órgãos como o fígado e os rins e levá-los à insuficiência ou, até mesmo, à falência, diz ela.

Johnson não revela qual marca de whey protein utiliza, mas afirma que não é nenhuma das que foram recentemente proibidas pela Anvisa. Afirma que criou, também, uma versão do doce sem lactose e que a meta é começar a comercializá-la até o final do mês de abril. Ele pretende criar mais produtos voltados ao público fitness e saudável. 

Registros no INPI ajudam a proteger empresa de cópias

Sandra Fiorentini, consultora do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo), diz que a ideia é boa e tem potencial, pois cada vez mais as pessoas estão atentas à saúde a à alimentação. No entanto, ela alerta para a importância de a empresa proteger seu produto contra cópias, como já aconteceu com a Chef&Você.

Ela diz que a melhor maneira de se precaver é transformar a receita do produto em uma fórmula e registrá-la no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) com um pedido de patente de modelo de utilidade, que aperfeiçoa algo que já existe, neste caso, o brigadeiro. O mesmo deve ser feito com a embalagem e o design gráfico da marca.

"Com a ajuda de um químico, ele chega à fórmula do produto. Em vez de ingredientes, a fórmula utiliza o nome químico dos compostos. Ao indicar as quantidades utilizadas e os processos de fabricação, ele pode requerer a patente. Se descrever as especificações, como as variações de sabores, ele terá uma patente abrangente e forte."

Segundo a consultora, isso não impede, no entanto, que outras empresas fabriquem similares. Porém, se outro produto tiver a mesma fórmula ou a mesma marca, o empresário pode exigir que seja retirado do mercado. "A patente leva de cinco a sete anos para sair, mas, durante esse período, ele tem preferência na comercialização", afirma.

Serviço:

Chef&Você: www.chefevoce.com.br