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Pesque-pagues são indicados para áreas afastadas, dizem especialistas

Afonso Ferreira

Do UOL, em São Paulo (SP)

12/02/2014 06h00

Abrir um pesque-pague (ou pesqueiro) é uma alternativa para lucrar com o público que gosta de pescaria. O negócio, no entanto, é mais indicado para regiões rurais ou afastadas, segundo o consultor do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo) Marcelo Sinelli.

O consultor diz que um pesque-pague também é mais viável para quem já é proprietário de um sítio ou chácara e queira aproveitar melhor o espaço.

“É quase impossível encontrar uma área grande o suficiente para iniciar um negócio como este disponível em cidades maiores. Além disso, mesmo em uma região afastada, o aluguel seria extremamente caro para um pequeno empreendedor”, afirma.

Para Sinelli, um pesque-pague precisa ter uma estrutura de lazer, além dos peixes, para que o local seja mais atrativo para pescadores e suas famílias.

“Ter um espaço para comer, uma churrasqueira e um playground para as crianças faz com que os clientes permaneçam mais tempo na pescaria e aumentem o gasto médio com outros produtos ou serviços”, declara.

Há até pesque-pagues que oferecem sashimi –filé cru cortado em finas fatias– para o cliente que deseja comer o peixe pescado na hora, preparado de acordo com a culinária japonesa. É o caso do Pesqueiro Aquarium, em São Paulo (SP), que cobra R$ 12 o quilo para produzir o prato.

Veja pesca esportiva de um pintado

Setor de pesque-pagues é concorrido

De acordo com o diretor da Abracoa (Associação Brasileira dos Criadores de Organismos Aquáticos), Wagner Camis, a concorrência no mercado de pesque-pagues é acirrada.

Segundo dados da entidade, o setor conta com cerca de 5.000 pesqueiros no país. Juntos, os pegue-pagues movimentaram R$ 600 milhões em 2013, 9% a mais do que no ano anterior (R$ 550 milhões).

O custo de abertura é elevado, segundo Camis. Em média, empreendedores do setor investem R$ 50 mil por hectare (10 mil metros quadrados) apenas em obras para a formação dos lagos artificiais.

“O custo sobe ainda mais dependendo da estrutura que o proprietário vai oferecer, como restaurante, banheiros, quiosques, playground, entre outros”, diz.

Manejo de peixes exige autorização e conhecimento

De acordo com o diretor da Abracoa, para abrir um pesque-pague é necessário ter autorizações de órgãos públicos e conhecimento técnico para o manejo correto dos peixes.

São necessárias liberações da prefeitura, Secretaria de Meio Ambiente, Defesa Agropecuária, Vigilância Sanitária e Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), segundo Camis.

Já em relação à criação dos peixes, o especialista afirma que é importante o empresário conhecer as espécies com as quais trabalha e a temperatura ideal da água para elas.

“Existe uma faixa de temperatura em que os peixes sobrevivem melhor. No caso de pacus, piaus, matrinxãs e tilápias essa zona de conforto é entre 22ºC e 28ºC”, declara.

Já para trutas e carpas, Camis afirma que a temperatura ideal da água é entre 10ºC e 25ºC. “Se isso não for respeitado, o risco de morte e doença dos animais é maior. Por isso, é preciso ter um veterinário ou técnico do setor que tenha este conhecimento”, diz.