Pesque-pagues usam onda japonesa e oferecem sashimi; veja dicas do negócio

Empresários do setor de pesque-pague (pesqueiros) pegam carona na culinária japonesa para oferecer ao cliente a opção de degustar um sashimi –filé cru cortado em finas fatias– com os peixes que acabou de pescar. Os visitantes também podem pedir para fritar o pescado ou, ainda, assá-lo em churrasquerias disponíveis no local.

Alguns oferecem, também, restaurante e playground. A estratégia, de acordo com eles, é manter o visitante por mais tempo no local e, assim, aumentar o gasto médio do público.

É o caso dos pesque-pagues Aquarium, em São Paulo (SP), e Na Roça, em Paranavaí (PR). Em ambos os locais, os frequentadores que gostam de pescar podem aproveitar os tanques com espécies de peixes como tilápia, pacu, carpa, pintado, traíra, tambacu e matrinxã para praticar o hobby e passar o dia com a família.

Pesqueiro cobra R$ 12 o quilo por preparo de sashimi

No Aquarium, os visitantes pagam uma entrada de R$ 21 (homem) e R$ 14 (mulher) a diária. Crianças até 7 anos não pagam. O quilo do peixe pescado custa R$ 10. Caso o cliente queira comer um sashimi, é cobrada uma taxa adicional de R$ 12 o quilo para o preparo. Quem quiser comer o peixe frito na hora, o custo é de R$ 6 o quilo.

Segundo o sócio do estabelecimento Roberto Seiji, 55, em média, 2.500 clientes vão ao pesque-pague por mês. No entanto, ele diz não saber o gasto médio deles, pois há pescadores que pescam mais de 10 kg e outros que pagam apenas a entrada e soltam o peixe de volta na água, a chamada pesca esportiva. O faturamento não foi divulgado.

A área total do pesqueiro é de 100 mil metros quadrados e inclui dez lagos, segundo Seiji. O empresário diz que, quando inaugurado, em 1995, o negócio ocupava metade do espaço atual. Embora não lembre o valor de investimento inicial, Seiji calcula ter aplicado em torno de R$ 4 milhões ao longo destes anos em obras de ampliação.

“O terreno já era da nossa família e usávamos para plantar chuchu. Porém, perdíamos boa parte da colheita quando a chuva alagava a plantação. Foi aí que decidimos mudar de ramo”, afirma.

Pesque-pague só abre aos fins de semana

No Pesqueiro e Restaurante Na Roça, a entrada é grátis, mas o quilo do peixe pescado custa R$ 10. Para fritá-lo, o estabelecimento cobra mais R$ 4 por quilo. No estabelecimento, a pesca esportiva não é permitida, ou seja, pescou tem de levar.

O pesque-pague tem playground, restaurante e quiosques à margem dos lagos. O espaço, no entanto, só abre aos fins de semana. Segundo o gerente do negócio, Bruno Buttgen Back, 22, a medida foi adotada porque durante a semana a operação não seria lucrativa.

“Não seria rentável pagar funcionários para um baixo público durante a semana”, diz. O espaço tem dois tanques com peixes e foi montado na propriedade da família de Back. Para complementar a renda, eles cultivam mandioca.

De acordo com Back, a família abriu o espaço para pesca há três anos. O investimento foi entre R$ 300 mil e R$ 400 mil.

Por fim de semana, o gerente afirma atender de 250 a 350 pessoas, com gasto médio de R$ 20 a R$ 40. O faturamento não foi divulgado. “Antes, essa área era um pasto que não dava lucro. Com a pescaria e o restaurante, conseguimos aproveitar melhor o espaço”, declara.

Setor movimentou R$ 600 milhões em 2013

Em 2013, o setor de pesque-pagues movimentou R$ 600 milhões, 9% a mais do que no ano anterior (R$ 550 milhões), segundo a Abracoa (Associação Brasileira dos Criadores de Organismos Aquáticos).

Para este ano, espera-se crescimento de 5%. "No ano passado, o crescimento foi maior porque o preço do peixe caiu", diz Wagner Camis, diretor da entidade.

O negócio, no entanto, exige alto investimento inicial e é restrito a áreas rurais ou afastadas da cidade, segundo o consultor do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo) Marcelo Sinelli.

Onde encontrar:

Pesqueiro Aquarium: Rua Yoshio Matsumura, 300, Colônia, São Paulo (SP). Fone: (11) 5920-8011. Site: www.pesqueiroaquarium.com.br

Pesqueiro e Restaurante Na Roça: Fone: (44) 3428-1130. Facebook: /www.facebook.com/brunobback