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Jovem tranca faculdade e fatura R$ 50 mil/mês em loja de bebês no Facebook

Afonso Ferreira

Do UOL, em São Paulo

26/11/2014 12h07

Quando a estudante de direito Sabrina Araújo Rebouças, 24, criou a página Ateliê de Arte no Facebook, em março de 2013, a ideia era apenas vender algumas roupas e acessórios infantis produzidos pela mãe, a dona Zeuda. De venda em venda, o negócio se expandiu e, hoje, a empresa de Fortaleza (CE) fatura R$ 50 mil por mês. O lucro não foi revelado.

Tanto que a página na rede social ficou "pequena" para os negócios, e a empresa criou também uma loja online, onde vende de cem a 150 peças por semana, de acordo com a filha. Ela afirma que já recebeu encomendas de outros países, como Estados Unidos, Espanha, Chile e Bolívia.

"Os clientes estrangeiros chegam a nós pelo Facebook, que é o nosso maior canal de divulgação." O perfil da empresa tem mais de 220 mil curtidas.

No início, segundo Rebouças, eram publicadas as fotos dos produtos com o preço e os pedidos eram feitos via "inbox" (mensagem privada). "A ideia era apenas vender algumas peças que minha mãe fazia e complementar a renda familiar. Quando as vendas cresceram, tivemos de montar um site e profissionalizar o negócio", diz.

Para dar conta dos pedidos, a estudante teve de trancar a faculdade no último ano. O andar de cima da casa da mãe, em Fortaleza, foi transformado em uma confecção que emprega 15 costureiras.

Roupas são feitas com renda típica do Nordeste

As roupas produzidas pela dona Zeuda são feitas com renda renascença, um tipo de bordado feito a mão sobre uma almofada, típico do Nordeste. Os vestidos infantis podem variar de R$ 60 a R$ 650. Acessórios como tiaras e laços custam a partir de R$ 30.

Segundo Rebouças, a maior dificuldade do negócio é manter a expansão sem perder qualidade. "Se tivéssemos mais mão de obra, poderíamos atender a pedidos de lojistas, o que não fazemos ainda. A empresa precisa estar preparada para dar esse passo e crescer", diz.

Deixar perfil às moscas pode manchar imagem da empresa

Para o gerente de inteligência de mercado do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo) Eduardo Pugnali, as redes sociais, quando bem trabalhadas, são uma ferramenta de marketing poderosa para pequenos negócios com pouco orçamento. Segundo dados do Facebook, 2 milhões de pequenas empresas brasileiras estão presentes na rede social.

"Antes, fazer publicidade era algo caro. Só grandes empresas tinham verba para anunciar na TV, no rádio e nos jornais. Hoje, qualquer negócio pode ter um perfil em uma rede social de graça e falar diretamente com seu público", afirma.

Mas, se o empreendedor não cuidar bem do seu espaço na rede social, a inciativa pode ter efeito reverso. "É importante revisar tudo o que é publicado, tratar os clientes com cordialidade e dar a eles respostas rápidas e coerentes. Escrever bobagens ou deixar o perfil às moscas pode arruinar a imagem do negócio", diz.

De acordo com o especialista, todos esses cuidados são necessários especialmente porque a velocidade com que as mensagens são compartilhadas no ambiente virtual pode contribuir para a construção de uma imagem negativa da empresa muito rapidamente.

Onde encontrar:

Ateliê de Arte: www.ateliedeartezeudareboucas.com.br