Tema de série na TV paga, hipnose vira negócio em franquia de clínicas
Assunto central da série “O Hipnotizador”, do canal pago HBO, a hipnose como técnica para tratar problemas emocionais ainda é pouco conhecida para grande parte das pessoas. Apesar disso, o empresário Alessandro Baitello, 41, resolveu estudá-la e fundou, em 2002, uma clínica. O negócio virou rede em 2013. Em 2014, passou a franquia.
Com quatro unidades próprias até agora, três em São Paulo e uma no Paraná, a Rede Clínica da Hipnose terá a primeira unidade franqueada inaugurada até o fim do ano. A meta é fechar 2016 com 20 unidades.
O investimento inicial para uma clínica parte de R$ 195 mil (inclusos custos de instalação, taxa de franquia e capital de giro). O faturamento médio mensal é estimado em R$ 60 mil, com lucro de 30% (R$ 18 mil). O retorno do investimento é a partir de 18 meses, segundo a empresa.
Para faturar os R$ 60 mil, é preciso atender 35 clientes por mês. A rede também oferece hipnose por telefone e Skype, pois diz que o método funciona por comando de voz. Para formar mão de obra, o empresário criou também a Escola da Hipnose, em São Paulo, com cursos de seis meses a um ano. A franquia funciona com três hipnoterapeutas e um recepcionista.
Baitello estudou psicologia por cinco semestres, mas não concluiu a graduação. Por curiosidade, ele foi a um curso de hipnose e seu interesse pela técnica aumentou depois de, segundo ele, resolver um problema próprio de autoestima em apenas uma sessão. Depois disso, buscou especialização na Espanha, na Academia Internacional de Hipnose Clínica Experimental.
Hipnose complementa outros tratamentos
Ele diz que a hipnose trabalha os problemas emocionais dando outro significado às emoções vividas. E ressalta que é uma terapia alternativa, que não substitui outros tratamentos. “Nós não tratamos doenças, quem cuida disso é o médico. Nosso procedimento ajuda em problemas como depressão, ansiedade, crises de pânico, medos, fobias, problemas de relacionamento e traumas.”
O tempo da hipnose, segundo Baitello, é cinco sessões. Se não houver melhora emocional, o problema precisa ser tratado de outra forma. "Não prometemos resultados, fazemos uma tentativa”, diz. As sessões têm de 50 minutos a uma hora cada. Pelo comando de voz do hipnoterapeuta, o cliente é induzido ao transe hipnótico, um estado alterado de consciência.
“É quase um sono, mas o cliente permanece acordado e, assim, acessamos seu inconsciente. Perguntamos a ele o que precisa ser resolvido, e ele responde por palavras, gestos e catarse. As emoções são direcionadas para que ele dê outro significado a elas. Depois, conscientemente, a pessoa vai se lembrar do problema, mas ele já não terá importância”, diz.
Antes de começar a terapia, o cliente passa por uma avaliação para saber se o problema é, de fato, emocional ou se é psiquiátrico. No segundo caso, não pode ser tratado por hipnose. O pacote de cinco sessões custa R$ 1.950 –o valor não cai se o problema for resolvido em menos sessões, o que pode acontecer, segundo Baitello.
Conselhos médicos reconhecem hipnose como ferramenta
Em nota, o CFP (Conselho Federal de Psicologia) reconhece a hipnose como recurso auxiliar de trabalho do psicólogo, mas diz que não há legislação que a classifique como privativa de alguma profissão no país. O Conselho Federal de Medicina (CFM) e o de Odontologia (CFO) também reconhecem a prática. No entanto, não há um parecer dos conselhos sobre atendimentos online.
O empresário e hipnoterapeuta diz que a hipnose é segura e que não há o risco de não voltar à consciência. Segundo ele, há diferenças entre a hipnose clínica e a de palco, apresentada em shows, por exemplo. "O transe hipnótico é diferente. A hipnose de palco é usada apenas para mostrar como o inconsciente se comporta com a hipnose."
Negócio tem potencial, mas é importante avaliar o nicho
Diego Simioni, da consultoria GoAkira, diz que a procura por terapias alternativas cresce no Brasil, mas é importante avaliar o nicho da hipnose antes de investir. "O desconhecimento acerca do método pode ser uma barreira. Tudo que exige o esforço de educar o cliente é mais difícil. O candidato à franquia deve pesquisar como está o mercado da hipnose no Brasil e no mundo, se está crescendo, como funciona."
Ele diz que o segmento de saúde é bastante sensível à qualidade, por isso, é importante avaliar o treinamento oferecido pela rede, verificar se há processos estabelecidos, visitar unidades inclusive como cliente, pesquisar a aceitação entre médicos para saber se eles vão enviar pacientes ou se serão uma barreira e conversar com quem já passou pelo procedimento para saber qual é o retorno da clientela.
Serviço:
Rede Clínica da Hipnose: www.redeclinicadahipnose.com.br
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