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Site de casamentos fatura R$ 10 mi; descubra quando start-up vira veterana

Luis Machado, do iCasei, percebeu aos poucos que a empresa estava mudando de fase - Divulgação
Luis Machado, do iCasei, percebeu aos poucos que a empresa estava mudando de fase Imagem: Divulgação

Larissa Coldibeli

Colaboração para o UOL, em São Paulo

24/09/2015 06h00

Com um faturamento de R$ 10 milhões em 2014 (lucro não informado), a empresa iCasei, que cria sites personalizados para noivos com informações do casamento, deixou de se autodenominar start-up. Há oito anos no mercado, ela é um exemplo de start-up que virou "grown up", ou seja, cresceu.

No entanto, não é só o faturamento ou o tempo de mercado que definem quando a empresa muda de fase. Segundo Guilherme Junqueira, diretor executivo da ABStartups (Associação Brasileira de Startups), os investimentos recebidos também podem entrar nessa conta. 

“São necessários de quatro a cinco anos, em geral, para fazer o projeto acontecer. Faturamento acima de R$ 2 milhões é outro indicador, mas o valor pode variar de acordo com o modelo e o potencial do negócio. A quantidade de investimento recebido pode ser outro critério, à medida que a empresa precisa de injeção de capital para continuar crescendo e faturar alto.”

Perfil da equipe mudou, diz fundador do iCasei

Na iCasei, a mudança de fase possibilitou o investimento em novos produtos, graças à estabilidade financeira alcançada, e gerou uma mudança no perfil da equipe, de acordo com Luis Machado, fundador. 

“No início, os funcionários tinham um perfil multidisciplinar, desempenhavam várias tarefas. Hoje, os departamentos estão bem definidos, assim como as funções de cada um”, afirma. No entanto, a empresa procura manter a cultura de start-up, diz ele, com um ambiente de trabalho descontraído e a adoção de horários flexíveis, por exemplo.

Machado diz que percebeu que a empresa estava mudando de fase aos poucos, principalmente por causa da necessidade de aumentar a equipe e de investir mais em tecnologia.

"Eu comecei programando com um freelancer e hoje somos 26 pessoas. É muito importante entender a necessidade de reinvestir capital no seu negócio e formar um time competente. Fiz isso aos poucos, acompanhando o aumento da demanda pelo serviço. Também percebi a transição quando os investimentos em tecnologia aumentaram, quando precisamos contratar um sistema de hospedagem mais robusto há alguns anos", diz.

Ciclo de vida da start-up tem cinco fases; desafios mudam

O diretor executivo da ABStartups diz que o ciclo de vida de uma nova empresa de base tecnológica tem cinco fases principais. A primeira é a curiosidade, em que o empreendedor tem uma ideia de negócio, mas ainda não sabe bem como colocá-la em prática. A segunda é a “ideação”, quando ele parte para a ação e tem, ao menos, um protótipo ou modelo do produto que pretende oferecer.

A terceira fase é a de operação, com a empresa já constituída. A seguinte é a de “tração”, quando o modelo de negócio já foi validado e a empresa começa a gerar faturamento. A quinta fase é a de ganho de escala, quando a empresa cresce e, em geral, deixa de ser uma start-up.

Segundo Junqueira, os desafios da empresa mudam conforme ela cresce. “O maior impacto é quando ela passa para a fase de tração, é como a passagem da puberdade para a vida adulta. Os desafios, que eram menores, crescem, assim como o comprometimento com as pessoas, como funcionários, clientes e investidores. É uma grande empresa sendo pré-moldada”, declara.

Para que ela possa, finalmente, deixar de ser uma start-up, é necessário aprimorar a gestão. “Implementar processos que não existiam antes é fundamental para continuar crescendo. São controles de gestão de pessoas, financeiros, auditoria dos investidores, entre outros.”

Serviço:

iCasei: www.icasei.com.br

ABStartups: www.abstartups.com.br

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