Mineiros criam goró-truck para servir drinks em copo de gelo em eventos
Os mineiros André Coutinho, 29, e Samantha Sabag, 28, aproveitaram a onda dos food-trucks e criaram o Goró-Truck, em Uberlândia (MG). O bar sobre rodas oferece "shots", ou pequenas doses de bebidas destiladas nacionais, importadas e drinks em copos feitos de gelo. Para tocar a ideia, ambos abandonaram um negócio de vendas de roupas no atacado.
O formato da bebida foi inspirado em exemplos da Alemanha, Espanha e Itália especializados em vender apenas pequenas doses de bebidas alcoólicas. André Coutinho diz que ele e a sócia estudaram o mercado, avaliaram as possibilidades e decidiram juntar os "shots" à tendência de negócios com mobilidade. “É uma forma diferente de consumir drinks”, afirma Coutinho.
Foi então que eles escolheram a Kombi, que circula pelas ruas para chegar aos eventos corporativos, festas, formaturas, aniversários e casamentos, onde são oferecidas as bebidas. Para atrair a atenção do público, o veículo foi todo modificado. A traseira recebeu prateleiras, geladeira e todo aparato necessário. A lateral ganhou balcão para servir e atender clientes.
O investimento total, contando com a compra e a reforma do veículo, além do estoque de bebidas, foi de R$ 170 mil, que os empreendedores pretendem recuperar em até dois anos. Em dois meses de atividade, segundo Coutinho, a dupla já faturou R$ 20 mil. O lucro não foi informado.
Copo feito de gelo é diferencial
As doses de bebidas como cachaça, vodca com frutas ou bebidas nacionais vendidas no balcão custam entre R$ 4 e R$ 6. As importadas ou especiais variam entre R$ 8 e R$ 12. Já quando há a contratação para eventos, o valor é negociado. “Temos um pacote com no mínimo 200 doses e, quanto mais doses, mais barato fica. Podemos chegar ao valor de R$ 3 por shot”, afirma.
Um diferencial do negócio é a apresentação das bebidas. Todas são coloridas, com formatos diferentes, e levam frutas frescas na decoração, outras são servidas em um copo feito de gelo, preparado com antecedência e usado apenas uma vez. O cliente segura com um guardanapo e, depois de beber o drink, pode consumi-lo.
Dupla já pensa em comprar outro veículo
Os amigos de infância André e Samantha planejam num primeiro momento manter o foco na participação em eventos, uma média de três por semana. “Assim garantimos um retorno financeiro imediato e as pessoas passam a nos conhecer melhor”.
Mas já pensam em comprar um novo veículo e deixá-lo estacionado em um terreno privado na região central da cidade, perto dos points noturnos. “A ideia é que ali se transforme em um ponto de encontro. Que as pessoas conheçam e experimentem o novo. É um projeto para os próximos meses”, afirma.
Atividade ainda não é regulamentada na cidade
A atividade de food-truck ou drink-truck ainda não tem regulamentação específica da Prefeitura Municipal de Uberlândia. Mas, segundo nota da assessoria de comunicação, para efeito de fiscalização, a atividade é considerada comércio ambulante e o solicitante só pode ocupar um ponto público por meio de processo licitatório aberto anualmente ou de acordo com a necessidade.
André Coutinho e Samantha Sabag disseram conhecer a legislação, mas alegam que dispõem de um imóvel privado no centro da cidade e, por isso, não precisariam participar do processo licitatório.
Leis futuras podem colocar negócio em risco, diz consultor
Para o consultor do Sebrae do Triângulo Mineiro, Fabrício Alves, um dos principais problemas que podem afetar a expansão desse tipo de negócio na região é justamente a falta de regulamentação das atividades por parte dos órgãos públicos.
“O empreendedor vai precisar pensar no que fazer quando isso acontecer, quando forem implantadas regras que podem impactar diretamente no negócio dele. Por isso, ele não pode apenas aproveitar a onda do sucesso. Deve se planejar, reservar recursos para se adaptar caso tenha que fazer alterações no modelo do negócio, para não ser pego de surpresa e colocar tudo em risco”, declara.
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