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Cariocas resgatam a pochete e lucram com modelos divertidos para o Carnaval

Larissa Coldibeli

Colaboração para o UOL, em São Paulo

30/01/2017 04h00

Você usaria uma pochete em formato de abacaxi, lagosta ou chifre de unicórnio? A produtora de moda Paloma Borges, 25, e a estilista Thaissa Becho, 25, acreditam que sim. Elas são criadoras da Poch, marca de pochetes divertidas do Rio de Janeiro.

Com modelos que custam de R$ 90 a R$ 140, elas vendem cerca de 150 pochetes por mês pelo Facebook, em eventos no Rio de Janeiro e em lojas parceiras das marcas Farm, Melissa e Void General Store. O faturamento e o lucro não foram divulgados.

Borges diz que a inspiração para o negócio surgiu no Carnaval de 2014.

Eu amo Carnaval e sempre observei como as pessoas traduzem sua personalidade por meio das fantasias. Eu via pessoas superproduzidas, maravilhosas, mas levando documentos e dinheiro em doleiras que acabavam com o visual. Fiquei pensando numa alternativa para isso.

No mesmo ano, em uma viagem a Londres, ela e Becho encontraram pochetes estilosas de diferentes materiais em brechós. "Pensamos que isso logo chegaria ao Brasil. Decidimos direcionar o produto para o Carnaval, por ser prático e por podermos brincar com o lado lúdico nas criações", afirma.

Clientes compram pelo desenho, não pela pochete

No Carnaval de 2015, elas lançaram os primeiros modelos inspirados em figuras como Carmen Miranda e Frida Kahlo. O sucesso foi instantâneo, e o que elas não esperavam é que os pedidos continuariam chegando mesmo depois do Carnaval.

"As pessoas estão se permitindo brincar mais com coisas lúdicas mesmo fora do Carnaval. Pegamos uma peça hostilizada, que é a pochete, e a transformamos num objeto de desejo. As pessoas não compram porque é uma pochete e, sim, porque é uma lagosta ou uma boca", afirma Borges.

No final do ano passado, ela deixou o emprego na marca carioca Cantão para se dedicar exclusivamente ao negócio. Os próximos passos previstos, diz, são a criação de uma loja virtual e a busca por parceiros para aumentar a produção.

As pochetes são feitas de vinil, artesanalmente, e cada uma leva um dia para ser confeccionada. O público-alvo são adolescentes e jovens, pessoas ligadas à moda e ao design.

Para usar um abacaxi na cintura tem que ter alguma referência cultural e artística.

Produto é controverso, mas criatividade se destaca

A empresa acerta ao apostar em irreverência e bom-humor, diz a consultora do Sebrae-SP Monica Lemes Padovani.

"A pochete ficou com uma imagem ruim ao longo do tempo, de algo brega, mas traz segurança ao permitir que se leve os pertences próximos ao corpo. Essa reconstrução do produto com um toque de arte, voltado para um nicho, é um ponto positivo. Mas é necessário quebrar paradigmas."

Se a empresa quiser crescer em outros mercados, terá que fazer estudos de mercado específicos, diz ela. "É um produto que pode ter mais adesão em regiões litorâneas. Em São Paulo, por exemplo, onde predomina a vida corporativa, a formalidade, o esforço de venda será maior", afirma.

A produção artesanal não é empecilho para crescer, segundo a consultora. "É necessário implantar uma linha de produção, estabelecer processos, ter fornecedores de matéria-prima capazes de atender à demanda, treinar pessoas para ganhar escala."

Onde encontrar:

Poch: www.facebook.com/pochpochetes