Cansados de reuniões em shoppings, empresários montam cafeteria coworking
A dificuldade em encontrar locais adequados para suas reuniões de negócios motivou os empresários Sady Viana, Matheus Sandinha e Rodrigo Ludolf a criar a Cofice, um misto de cafeteria e escritório coworking, em Belo Horizonte (MG).
O primeiro andar abriga uma cafeteria comum, onde se paga o que se consome, mas os diferenciais estão nos detalhes: a internet é de alta velocidade e há cinco tomadas por mesa. No segundo andar, há estrutura completa para reuniões, com salas privativas, monitores, cabos para conectar computadores, muitas tomadas, extensões e mesas que funcionam também como quadro branco com pincel atômico.
“Estávamos em processo de constituir uma empresa para investimentos em outros negócios e fizemos muitas reuniões em shoppings, onde não havia privacidade. Depois, passamos a frequentar cafeterias, mas não tinham a estrutura necessária. Faltavam tomadas para carregar computadores e celulares, e a internet não era tão boa. Pensamos que outras pessoas deveriam ter essas dificuldades e resolvemos desistir da outra empresa para investir nesse negócio”, diz o sócio Sady Viana.
A Cofice foi inaugurada em outubro do ano passado e tem capacidade para 80 pessoas. No período da manhã, o uso das mesas de reuniões no segundo andar é grátis. À tarde, o preço é de R$ 10 por duas horas. É possível alugar mesas por semana ou por mês, como num coworking, mas não é esse o objetivo do negócio, pois o foco são reuniões rápidas, segundo Viana.
Quatro meses depois da inauguração, eles abriram uma segunda unidade, apenas da cafeteria, mas com a mesma estrutura de tomadas e internet da primeira, dentro do Raja Valley, um coworking de Belo Horizonte.
Cafeteria é gourmet, mas não é o foco
Os produtos da cafeteria têm apelo gourmet, com cafés especiais e alimentos orgânicos e artesanais. São eles a principal fonte de faturamento – o aluguel do espaço para reuniões e eventos corresponde a apenas 10% do total. Apesar disso, o sócio diz que esse não é o foco principal.
Nossa proposta não é ter o melhor café, mas ser a cafeteria com melhor estrutura para negócios.”
Apesar do pouco tempo de mercado, eles já querem vender franquias. A meta é abrir 12 unidades nos próximos 12 meses. O investimento inicial deve partir de R$ 170 mil. Para as duas unidades em funcionamento, eles estimam faturamento de R$ 1 milhão no primeiro ano.
Desafio é ter sempre novidades para não ser copiado
Livia Torres, consultora do Sebrae-SP, diz que espaços desse tipo são uma tendência pois diminuem custos se comparados com o aluguel de um escritório, por exemplo. Misturar a oferta de produtos e serviços também está em alta, segundo ela.
“Mas o empresário não pode tratar a cafeteria como algo menos importante. O cliente vai querer tomar um bom café para receber clientes ou parceiros comerciais em uma reunião. Se somar um ambiente bom, com estrutura e produto saboroso, o cliente volta. É o conjunto”, declara.
Os empresários precisam estar atentos também à concorrência, pois é um negócio facilmente copiável. “Ouvir os clientes para conhecer suas necessidades é uma forma de estar à frente. Assim, eles podem identificar que é necessário colocar serviços de impressão, por exemplo, ou outros equipamentos. Se não inovar, a tendência é perder a graça”, afirma.
Onde encontrar:
Cofice: www.cofice.com.br
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