Sapato pintado à mão tem Mulher-Maravilha e unicórnios e custa até R$ 760
As designers Maria Alice Gazaniga, 27, Ana Paula Migueis, 28, e Andressa Cunha, 33, tinham o sonho de abrir um negócio próprio. Em 2013, inspiradas por uma marca turca que não existe mais, elas criaram a Lapupa, empresa curitibana de personalização de sapatos, com frases e desenhos pintados à mão, como os que remetem à Mulher Maravilha e à artista mexicana Frida Khalo (1907-1954), além de unicórnios, flores e corações.
Os clientes escolhem numeração, cores, desenhos e frases. Apesar dos modelos pré-definidos, eles também podem encomendar projetos especiais. A personalização mais pedida é a Three Little Hearts (com três corações pintados na lateral do sapato). Custa R$ 530.
Cerca de 90% dos pedidos são feitos por noivas, mas a empresa também atende outros públicos.
As sócias compram os calçados, em branco, de um fornecedor do Rio Grande do Sul. A pintura é feita em cima deles, com uma tinta comprada no exterior, cujo nome elas não revelam.
O tempo para desenhar cada sapato depende da complexidade de cada um. Alguns levam até uma semana para serem finalizados.
Sapatos são enviados com carta escrita à mão
Em dezembro de 2016, elas criaram um e-commerce. O faturamento nos sete primeiros meses deste ano foi de R$ 500 mil, e o lucro de R$ 150 mil no mesmo período.
A loja vende, em média, 120 unidades por mês, entre sapatos (cujos preços variam de R$ 450 a R$ 760), sapatilhas (de R$ 250 a R$ 390) e sliders (de R$ 190 a R$ 290), um tipo de chinelo. São 23 modelos no total.
A entrega é feita em todo o Brasil via Correios. O preço varia conforme a tabela da empresa. De Curitiba para São Paulo, por exemplo, o envio custa R$ 30.
A empresa manda o produto para os clientes juntamente com uma carta escrita à mão e assinada pelas sócias, o manual de conservação e com um cheiro próprio, feito da mistura de essências de magnólia e orquídea. Elas acreditam que esse é um dos diferenciais da marca.
Início na garagem de casa
Elas dizem que não investiram nada no início do negócio. “Alguns conhecidos pediam para pintarmos sapatos em branco antigos”, diz Gazaniga, que na época fazia um curso de aerografia (pintura feita com pistola de ar comprimido).
Elas guardavam o dinheiro desse trabalho para investir em materiais e tintas. As sócias também usavam os próprios calçados para fazer testes.
Com os primeiros ganhos, elas compraram um site simples, com espaço apenas para pedir orçamento. Criaram também páginas no Facebook e no Instagram.
No início, a Lapupa funcionava na garagem da casa dos pais de Gazaniga. No final de 2016, elas mudaram a empresa para uma sala de 110 metros quadrados no bairro Rebouças, em Curitiba.
Cuidado para não perder a identidade da marca
Para Marciano Cunha, professor da Escola de Negócios da PUC-PR, os negócios caminham para um modelo em que a personalização e a experiência vivida pelo consumidor ao receber o produto são o ponto-chave, e a Lapupa conseguiu entender isso.
“Quando falamos no investimento em caixas personalizadas e cheiros nos referimos aos sentidos do consumidor. Quanto mais eu aguço as suas sensações (tato, olfato e visual), mais o produto vai ter sentido para ele, e isso implica fidelidade”, diz.
Ele ressalta, no entanto, que os empreendedores devem ficar atentos à questão da identidade da marca. “As empresas mais tradicionais são engessadas, mas isso é um ponto positivo porque é possível reconhecer o traço delas. Quando os produtos são totalmente customizados, o conceito da marca não fica tão claro”, alerta.
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