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Chiquinho Sorvetes, do interior de SP, investe US$ 1,8 mi e chega aos EUA

Claudia Varella

Colaboração para o UOL, em São Paulo

01/02/2018 04h00

Uma sorveteria que começou há 37 anos, no interior de Minas Gerais, agora se expande para os EUA. A rede Chiquinho Sorvetes, cuja sede atual é em São José do Rio Preto (São Paulo) e que já tem 440 lojas pelo Brasil, iniciou em dezembro sua presença no exterior: abriu dois quiosques da marca (com o nome Chiquinho Ice Cream) em Tampa e Sarasota, na Flórida.

Até março, a terceira unidade deve ser aberta em Miami. O produto mais vendido é o açaí com sorvete. O investimento total da empresa foi de US$ 1,8 milhão nas três unidades.

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Isaias Bernardes de Oliveira, 56, presidente do Grupo CHQ Companhia de Franchising, que administra as marcas, diz que a meta é abrir dez unidades próprias nos EUA.

“Após esse período de adaptação e ajustes necessários, partiremos para o sistema de franquias nos EUA em 2020”, afirma Oliveira.

No Brasil, só uma loja é própria e as outros 439 já são franquias. Está presente em todos os Estados, menos Amapá. Há ainda 60 unidades em implantação. A meta é atingir 500 lojas até o final deste ano.

O faturamento da rede Chiquinho Sorvetes no ano passado foi de R$ 290 milhões. O lucro não foi divulgado.

Açaí é sucesso entre os americanos

A Chiquinho Ice Cream oferece 50 opções de produtos, entre eles big cone (cascão), milk-shakes, coffee shake e as linhas com açaí e pitaia e os “smoothies” (bebida feita de suco de frutas, sorvetes e iogurtes), entre outros. A linha “smoothies” não é vendida no Brasil.

O americano considera o açaí uma fruta exótica, ligada à saúde e ao bem-estar. É um sucesso. O produto mais vendido lá é o mix de açaí com sorvete.

Isaias Bernardes de Oliveira, dono da empresa

Nos Estados Unidos, os sorvetes do Chiquinho Ice Cream custam de US$ 1,50 (casquinha comum) a US$ 9 (açaí com sorvete). No Brasil, os preços variam de R$ 3 (casquinha comum) a R$ 12 (produtos da linha shake mix).

Nome da rede faz homenagem ao pai do empresário

Quando Oliveira abriu a empresa em agosto de 1980, não pensou em outro nome para batizá-la. “Queria homenagear o meu pai, Francisco Olímpio de Oliveira, que me deu apoio para iniciar o negócio”, declara.

Chamada de Sorveteria Chiquinho, a primeira loja da empresa foi aberta em Frutal (MG), terra natal da família Oliveira. O nome da empresa foi alterado para Chiquinho Sorvetes em 2006.

“Quando eu tinha 18 anos, meu pai, que era sitiante, comprou uma sorveteria pequena, com 16 metros quadrados apenas, e me deu para tomar conta. Passei a minha vida na Chiquinho”, declara Oliveira, que não soube informar quanto seu pai investiu na época. O pai morreu em 2004.

Em 1998, a empresa implantou o uso das máquinas de sorvete soft (aquelas utilizadas em fast foods e que transformam a base em sorvete) em toda a sua rede.

“Com o crescimento da rede, surgiu a necessidade de criar padrões para unificar e fortalecer a marca”, relata Oliveira. Em 2010, a empresa passou a vender franquias, criou o Grupo CHQ Companhia de Franchising e transferiu a sede da empresa para São José do Rio Preto (438 km a noroeste de São Paulo).

Empresa tem quatro modelos de negócios

A Chiquinho Sorvetes tem quatro modelos de negócio: quiosque (de rua e de shopping) e loja (de rua e de shopping). Confira os dados fornecidos pela empresa.

  • Investimento inicial: a partir de R$ 280 mil (quiosque de rua e de shopping) e a partir de R$ 380 mil (loja de rua e de shopping). Inclui taxa de franquia + taxa de instalação + capital de giro
  • Royalties: 5% do faturamento ao mês (quiosque e loja)
  • Taxa de publicidade: 2% do faturamento ao mês (quiosque e loja)
  • Faturamento médio mensal: R$ 45 mil (quiosque) e R$ 60 mil (loja)
  • Lucro médio mensal: de 15% a 20% (quiosque e loja)
  • Retorno do investimento: de 24 a 32 meses (quiosque) e 36 meses (loja)

Iniciativa da empresa foi “corajosa”, diz consultor

Gustavo Carrer, consultor do Sebrae-SP, diz considerar como “corajosa” a iniciativa da empresa Chiquinho Sorvetes em internacionalizar a marca. "É um grande passo trabalhar a marca nos Estados Unidos, sem depender de negociar com varejistas ou distribuidores”, declara.

Carrer afirma que outro destaque é o cuidado que a empresa teve de ajustar seus produtos ao paladar americano e introduzindo sabores bem brasileiros, como o açaí.

Ele trabalha a identidade brasileira, vende essa brasilidade. Conseguiu capturar o mercado americano. O empresário fez lição de casa, pesquisando com muito cuidado o mercado.

Gustavo Carrer, consultor do Sebrae-SP

Carrer diz, no entanto, que empresas que não têm recursos suficientes para fazer a internacionalização de sua marca de imediato, não devem seguir os passos da Chiquinho Sorvetes. O ideal é seguir o caminho natural da internacionalização, sem pular etapas, começando pela exportação indireta e depois a exportação direta, relata.

Onde encontrar:

Chiquinho Sorvetes - http://www.chiquinho.com.br/

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