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Empresa faz cheiros como bacon, chuva e bambu para atrair clientes a lojas

Colaboração para o UOL, em São Paulo

03/02/2018 04h00

Às vezes você entra em uma loja e nem se dá conta da razão. Pode ter sido atraído pelo aroma: o marketing olfativo trabalha para chamar a atenção do seu nariz. Para explorar esse filão, empresas como a Airomas, criada em 2016, em Barueri (SP), pesquisam os cheiros mais atraentes.

São chamados de "aromas funcionais", para despertar sensações. Isso inclui fragrâncias curiosas como cheiro de chuva, Natal, Páscoa, verão, pão caseiro, suco de laranja, queijo e bacon. Esses que remetem a comida são muito usados em hotéis e restaurantes, diz indica Luciana Nassif, especialista em fragrâncias da Airomas.

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A empresa faz aromatização de grandes áreas e eventos e está expandindo sua atuação para varejo e pequenos espaços. A Airomas não informou investimento, faturamento nem lucro.

Ela tem mais de 50 fragrâncias e uma tecnologia que usa a menor e mais leve partícula de aroma, dispersadas por um nanonebulizador. É um aparelho pequeno, em que o aroma é dispersado de forma veloz e uniforme, sem deixar resíduos nem umidificar o ambiente, conta Luciana.

“Muitos equipamentos que existem no mercado hoje são difusores, que aquecem e precisam de água para espalhar o aroma"

Testa cheiros para ver se consumidor aprova ou rejeita

Quando um aroma é criado, a empresa faz um teste para ver se é aprovado ou rejeitado. Não avaliam se é bom ou ruim, mas se funciona ou não. A preocupação é não transmitir uma sensação que cause repulsa no consumidor.

“Um namorado pode causar repulsa se usar o mesmo perfume que o pai da namorada. Mesmo ele tendo um bom aroma, vai causar essa reação porque a fragrância vai despertar um tipo de reação não desejada na pessoa amada", relata Luciana.

Aromas não podem ser fortes nem enjoativos

Quem investe nesse setor deve estar atento a alguns aspectos importante entre eles o desenvolvimento do odor, aconselha Mariana Munis, professora de empreendedorismo do Mackenzie Campinas.

Por exemplo, há um risco quando se cria uma fragrância de queijo, bacon, entre outros aromas fortes, como os elaborados pela empresa.

“Deve-se tomar cuidado para que não seja forte, não fique enjoativo, nem cause alergias, criando uma imagem negativa da marca na cabeça do cliente. Também é preciso ter cuidado no processo de construção da fragrância, para que ela atinja o objetivo da empresa", diz Mariana.

Por outro lado, o aspecto positivo é que a empresa cria aromas exclusivos e exóticos. Para Andreia Miron, há um mercado aberto para quem investe em novas fragrâncias e espaços pouco explorados.

Cultura do brasileiro valoriza os cheiros

O marketing olfativo tem recebido investimentos no país, diz Andreia Miron, coolhunter e coordenadora do curso de pós-graduação A Cultura do Perfume, da Faculdade Santa Marcelina, em São Paulo. "Cada vez mais o Brasil tem investido nessa área olfativa porque somos uma cultura muito ligada aos cheiros, e as marcas sensibilizam o cliente."

Onde encontrar:

Airomas - http://airomas.com/

(Reportagem: Priscila Gorzoni; edição: Armando Pereira Filho)

Cientistas explicam de onde vem o cheiro da chuva

New York Times