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Vendeu roupas de madrugada no Brás e hoje fatura quase R$ 500 mil com spa

Marcelo Vanin abriu uma franquia da Buddha Spa, em São Paulo, em 2021 - Divulgação
Marcelo Vanin abriu uma franquia da Buddha Spa, em São Paulo, em 2021 Imagem: Divulgação

Claudia Varella

Colaboração para o UOL, em São Paulo

28/02/2022 04h00

Aos 19 anos, Marcel Vanin começou a trabalhar com uma banquinha de roupas no Brás, região de comércio popular em São Paulo, em frente à confecção de seus pais. Depois, teve barracas na Feira da Madrugada, quiosque de acessórios para celular e loja de roupa feminina. Mas, durante a pandemia, decidiu diversificar os negócios: abriu em março de 2021 uma franquia da Buddha Spa, em São Paulo, e, em nove meses, faturou R$ 487 mil. O lucro não foi revelado.

"Sempre tive o apoio dos meus pais, que me orientavam nos negócios e abriram caminhos nas confecções do Brás para mim. Porém, nunca tive ajuda financeira deles. Comecei do zero, pegando mercadoria em consignação", declarou Vanin, 33.

Seus pais, Arnaldo e Eliana Vanin, eram donos de uma confecção e duas lojas (uma de roupas femininas e outra de roupas para gestantes) no Brás. Em 2007, Vanin abriu sua barraquinha para vender camisas polo em frente a uma das lojas da família.

"Nunca quis trabalhar com eles, mas ter a barraquinha em frente [da loja de roupas femininas dos pais] era uma segurança para mim", disse ele, que pegava camisas polo em uma confecção no Brás de um amigo do seu pai para revendê-las ali. Vendia cerca de 15 peças por dia e prestava contas no final da tarde.

Barracas na Feira da Madrugada

Um ano depois, Vanin alugou uma barraca na Feira da Madrugada, no Brás, para vender roupas femininas. Comprava as peças de várias confecções da região, inclusive da confecção da sua família. Chegou a ter três barracas de moda feminina e infantil.

"Começava por volta das 3h30 e fechava às 16h, vendendo para atacadistas de todo o país", disse. Na época, faturava R$ 8.000 por mês, com 30% de lucro.

Quiosque de celular e franquia de moda feminina

Em 2010, Vanin migrou de ramo: desistiu de vender roupas na Feira da Madrugada para abrir um quiosque para vender acessórios de celular (capinhas, carregadores, películas, etc.) no Shopping Light, no centro de São Paulo. Investiu R$ 25 mil no negócio. Sua loja chamava-se Gooi.

"Na época isso era uma novidade. Com o tempo, passei a fazer também conserto dos aparelhos. No início não foi fácil, pois tive que fazer empréstimo para viabilizar o negócio e acabei tendo dificuldades para pagar as prestações. Depois que o quiosque engrenou, cheguei a faturar R$ 50 mil por mês", disse.

Em 2014, Vanin decidiu voltar às origens: comprou uma franquia da Líquido, marca de roupas femininas. A loja, que ele mantém até hoje, fica na zona norte de São Paulo e fatura uma média de R$ 60 mil por mês, com lucro de R$ 10 mil.

Durante a pandemia, no entanto, o comércio teve que ficar fechado por seis meses (de março a setembro de 2020), e o faturamento da empresa caiu 30%, em relação a 2019.

"Por conta do isolamento social, as pessoas passaram a comprar mais pela internet, e as lojas físicas franqueadas acabaram perdendo muito com as vendas online impulsionadas pela pandemia", explicou.

Aposta no segmento de bem-estar

Para fugir da concorrência do e-commerce, ele decidiu apostar em outro negócio: uma franquia da Buddha Spa. Investiu R$ 330 mil. O spa foi aberto em março de 2021 na Vila Clementino, em São Paulo. Oferece mais de 30 terapias de relaxamento e de estética e day spa.

Na unidade dele, o principal serviço é o "Mini Day Spa Individual", que custa R$ 278. Um dos mais baratos (R$ 98) é a drenagem facial; e o mais caro (R$ 1.645) é o "Day Spa Prime Casal", com diversas terapias corporais e faciais.

Segundo Vanin, a clientela é formada na sua maioria por mulheres entre 25 e 50 anos, das classes A e B. Em nove meses, de março a dezembro, o negócio faturou R$ 487 mil. O lucro não foi divulgado.

Setor está em alta, diz analista de negócios

Simone Zagati, analista de negócios do Sebrae-SP, diz que a trajetória de Vanin mostra sua veia empreendedora, ao sempre buscar por novas oportunidades. "Ele parece não ter medo de se arriscar, mesmo que seja em áreas diferentes das que já conhece ou que já atuou."

Sobre o Buddha Spa, ela diz que o segmento de bem-estar e beleza está em alta. "Cuidados com o corpo e a mente estão cada vez mais essenciais. Há uma tendência de crescimento do setor", declarou.

Simone diz, no entanto, que a concorrência nesse segmento é grande. "Ele deve conhecer bem a região onde a franquia está instalada. Não só seu público, como concorrentes e fornecedores também. E, para ampliar o leque de clientes, uma possibilidade é fazer parceria com empresas locais, para oferecer os serviços", afirmou.

Outro ponto de atenção é ter cuidado na hora de contratar funcionários, para que não haja tanta rotatividade de mão de obra profissional. "A equipe deve estar sempre alinhada com o propósito da empresa e passar por constantes treinamentos."

Onde encontrar:

Buddha Spa: https://buddhaspa.com.br/