Empresária do Pará leva peças bordadas e de linho para Milão
A empresária Val Valadares, 57 anos, entrou para o ramo da moda com a produção de roupas para festas, mas foi no segmento de peças casual fino que ela viu a oportunidade de expandir a sua atuação no Brasil e internacionalizar a marca que leva seu nome. Ela integra o Polo de Moda do Marajó, uma iniciativa do Sebrae, Senar, Senai, governo do estado do Pará e prefeituras para desenvolver a produção de moda artesanal local.
O que aconteceu
Polo Marajoara incentiva empreendedores. Neste mês, na última sexta-feira (20), ela levou suas peças a um evento em Milão, na Itália. A proposta surgiu depois que ela participou de um projeto de capacitação de empreendedores no Polo de Moda do Marajó, da Ilha de Marajó (PA), criado em parceria entre governo e Sebrae do Pará, Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e prefeituras municipais de Soure e Cachoeira do Arari.
Desfile e marca própria. O polo tem, inclusive, uma coleção de moda autoral, chamada Cápsula Marajó, com nove marcas de empreendedoras locais. Entre as empresas, além da Val Valadares, estão: Madame Floresta, Cañybó, Art'Genuina, Seiva Amazon Design, Isabela Sales Design, Mãos Caruanas, Amazônia Zen e Ná Figueredo. A coleção foi apresentada ao mercado em um desfile na cidade.
Atuo no ramo da moda há muito tempo, mas participar da Cápsula Marajoara foi o que deu visibilidade às minhas criações e a base necessária para empreender e ver minha marca crescer e internacionalizar.
Val Valadares, empreendedora
Linho puro, bordado e botões de marchetaria
Algodão sustentável e grafismo. Val gosta de dizer os diferenciais das suas peças, feitas com linho puro, algodão sustentável, bordados e com botões de marchetaria (de madeira). A peça mais barata é uma camisa de tricoline 100% algodão, que custa R$ 390. A mais cara, uma camisa de linho puro, com botão de marchetaria e grafismo, sai por R$ 790.
Polo da moda no Pará. O próximo passo da empreendedora é criar um ateliê escola. "Tenho a pretensão de transformar o Pará em referência em moda, da mesma forma que é na culinária", orgulha-se.
Ela transformou galinheiro em barracão de costura
Costura para compor a renda familiar. A empresária Rosilda Angelim, 55 anos, criou a confecção Cañybó, na Ilha do Marajó (PA), como forma de complementar a renda da família. Na época, um antigo galinheiro foi transformado no barracão que dava vida à produção.
Trabalho extra vira negócio. Alguns anos depois, virou a sua atividade principal e hoje ela tem uma loja no centro da cidade e algumas peças expostas em lojas parceiras em Belém.
Cursos ajudam a empreender. Angelim também faz parte da Cápsula Marajoara. Ela diz que não perde um curso dado pelo Sebrae. Já fez aulas de alfaiataria, bordado ponto cruz, modelagem e empreendedorismo.
De R$ 35 a R$ 450. No seu portfólio tem canga, chapéu, blusas, cropped, vestidos etc. O carro-chefe da marca é a camiseta de malha de algodão, vendida por R$ 110 à vista. A peça mais barata é o cropped, que custa entre R$ 35 e R$ 80, e a mais cara é uma camisa de linho de R$ 450.
Roupas da escola e da moda. Na época do barracão, ela diz que vendia entre 100 e 150 peças — a maioria uniformes para escolas. Hoje, a produção chega a 1.000 peças entre roupas para escolas e da marca.
Ao compor nosso portfólio, nós tivemos o cuidado de deixar as opções de peças bem diversificadas para o público.
Rosilda Angelim, dona da Cañybó
Cursos, desfile e criação de coleção
História começou em 2023. O lançamento das peças da Cápsula Marajoara foi em maio, mas o trabalho com as empreendedoras começou no ano passado com diversos cursos para as costureiras e estilistas.
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Empreendedores de Soure e Cachoeira do Arai. Atualmente, 109 empreendedores participam do Polo de Moda Marajó, que compreende a coleção Cápsula Marajó, sendo 49 empreendedores em Soure e 60 em Cachoeira do Arari.
Produção sustentável. Drielle Sasaki, 32, dona da Amazon Zen, foi uma das empresárias que participaram da capacitação das empreendedoras da Cápsula Marajoara. A marca tem como mote a produção de peças sustentáveis.
Nove garrafas pet = uma bolsa. Entre suas criações, estão: peças feitas com fibra de garrafa pet, resíduos de madeira de descarte, algodão orgânico, feito por corporativas, biojóias com sementes e madeira de descarte. Para se ter uma ideia, com nove garrafas pet é possível produzir uma bolsa.
Trabalhamos de forma sustentável e com peças altamente sustentáveis. Ajudar mulheres da Ilha de Marajó a ter novos horizontes para a sua vida, terem oportunidade de empreender e mudar de vida é muito gratificante.
Drielle Sasaki, Dona da Amazônia Zen
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